terça-feira, 27 de agosto de 2013

Dia 16 de Agosto de 2013 - Parte III

Elemento Água: Iemanjá.

Representação popular de Iemanjá no Candomblé e Umbanda

Yemanjá ou Iemanjá é um orixá africano, cujo nome dereiva da expressão yorubá Yéyé Omo ejá (“Mãe cujos filhos são peixes”), identificada no jogo do merindilogun pelos obus ejibe e ossá. É representado no candomblé através do assentamento sagrado denomindao igba yemanja.

África
Na mitologia yorubá, o dono do mar é Olokun, que é pai de Iemanjá, sendo ambos de origem Egbá. Yemojá é saudada como Odò (rio) ìyá (mãe) pelo povo Egbá, por sua ligação com Olokun, orixá do mar (masculino no Benim e feminino em Ifé), referida como sendo a “rainha do mar” em outros países. É cultuada no rio Ógún, em Abeokuta.

História
Pierre Verger, no livro Dieux d’Afrique, registrou: “Iemajá é o orixá das águas doces e salgadas dos Egbá, uma nação yorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. As gerras entre nações yorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX. Não lhes foi possível levar o rio, mas transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do axé da divindade. O rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a nova morada de Iemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser confundido com Ògún (ogum), o orixá do ferro e dos ferreiros.”

Brasil
No Brasil, a orixá goza de grande popularidade entre os seguidores de religiões afro-brasileiras e até por membros de religiões distintas.
Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de Fevereiro, a maior festa do país em homenagem à “Rainha do Mar”. A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em procissão até o templo-mor, localizado próximo à foz do rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas, tais como espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte de agrados. Todavia, na cidade de São Gonçalo, os festejos acontecem no dia 10 de Fevereiro.
Outra festa importante dedicada a Iemanjá ocorre durante a passagem de ano no Rio de Janeiro. Milhares de pessoas comparecem e depositam, no mar, oferendas para a divindade. A celebração também inclui o tradicional “banho de pipoca” e as sete ondas que os fiéis, ou até mesmo seguidores de outras religiões, pulam como forma de pedir sorte è orixá.
Na umbanda, é considerada a divindade do mar.
“Iemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta.” – Jorge Amado.
No ano de 2008, dia 2 de Fevereiro, a Festa de Iemanjá do Rio Vermelho, na Bahia, coincidiu com o carnaval. Os desfiles de trios elétricos foram desviados da região até o fim da tarde, para que as duas festas acontecessem ao mesmo tempo.


Antecedendo o réveillon de 2008, devotos da Orixá das águas, estiveram nesse momento, com suas preces dirigidas a um arranha-céus, em forma de um monólito negro, na Praia do leme, em Copacabana, onde era costume, no último minuto do ano, surgir uma cascata de fogo, no topo desse monólito, iluminando o entorno bem como as oferendas.
Todo réveillon, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, milhares de pessoas se reúnem para cantar e presentear Iemanjá, jogando presentes e rosas no mar.
Além da grande diversidade de nomes africanos pelos quais Iemanjá é conhecida, a forma portuguesa Janaína também é utilizada, embora em raras ocasiões. A alcunha, criada durante a escravidão, foi a maneira mais branda de “sincretismo” encontrada pelo negro para a perpetuação de seus cultos tradicionais sem a intervenção de seus senhores, que consideravam inadimissíveis tais “manifestações pagãs” em suas propriedades. Embora tal invocação tenha caído em desuso, várias composições de autoria popular foram realizadas de forma a saudar a “Janaína do Mar” e como canções litúrgicas.
Pela primeira vez, em 2 de Fevereiro de 2010, uma escultura de uma sereia negra, criada pelo artista plástico Washington Santana, foi escolhida para representação de Iemanjá no grande e tradicional presente da festa do Rio Vermelho, em Salvador, na Bahia, no Brasil, em homenagem à África e à religião afrodescendente.

Arquétipo
Seus filhos e filhas são serenos, maternais, sinceros e ajudam a todos sem exceção. Gostam muito de ordem, hierarquia e disciplina. São ingênuos e calmos até demais, mas, quando se enfurecem, são como as ondas do mar, que batem sem saber onde vão parar. São vaidosos mais com os cabelos. Suas filhas sabem seduzir e encantar com a beleza e mistérios de uma sereia. Geralmente, as filhas de Iemanjá têm dificuldade em ter filhos, pois já são mães de coração de todos.

Qualidades
Yemowô – que, na África, é mulher de Oxalá;
Iyamassê – é a mãe de Sàngó;
Yewa – rio africano paralelo ao rio Ògún e que frequentemente é confundido em algumas lendas com Yemanjá;
Olossa – lagoa africana na qual deságuam os rios Yewa e Ògún;
Iemanjá Ogunté – que casa com Ógún Alagbedé;
Iemanjá Asèssu – muito voluntariosa e respeitável;
Iemanjá Saba ou Assabá – esta sempre fiando algodão é a mais velha;
Dia: Sexta-feira.
Data: 2 de Fevereiro
Metal: Prata e prateados.
Cor: Azul no Candomblé e Branco na Umbanda.
Comida: Manjar branco, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz, ebôya, ebô e vários tipos de furá, melancia, cocada branca.
Arquétipo dos seus filhos: Voluntarioso, fortes, rigorosos, protetores, caridosos, solidários em extremo, ingênuos, amigo, tímido, vaidosos com os cabelos principalmente, altivos, temperamentais, algumas vezes impetuosos e dominadores e tem um certo medo do mar.
Símbolo: Abadé prateado, alfange, agadá, obé, peixe, couraça, adê, braceletes e pulseiras.

Sincretismo


Existe um sincretismo entre as santas católicas: Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora da Glória, e a Orixá da Mitologia Africana Iemanjá. Em alguns momentos, inclusive festas em homenagem as duas se fundem. No Brasil, tanto Nossa Senhora dos Navegantes como Iemanjá tem sua data festiva no dia 2 de Fevereiro. Costuma-se festejar o dia que lhe é dedicado, com uma grande procissão fluvial.
Uma das maiores festas ocorre em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, devido ao sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes. No mesmo estado, em Pelotas a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes vai até o Porto de Pelotas. Antes do encerramento da festividade católica acontece um dos momentos mais marcantes da festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Pelotas, que em 2008 chegou à 77ª edição. As embarcações param e são recebidas por umbandistas que carregam a imagem de Iemanjá, proporcionando um encontro ecumênico assistido da orla por várias pessoas.
No dia 8 de Dezembro, outra festa é realizada à beira mar baiana: a Festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Esse dia, 8 de Dezembro, é dedicado à padroeira da Bahia, Nossa senhora da Conceição da Praia, sendo feriado municipal em Salvador. Também nesta data é realizado, na Pedra Furada, no monte Serrat em Salvador, o presente de Iemanjá, uma manifestação popular que tem origem na devoção dos pescadores locais à Rainha do Mar – também conhecida como Janaína.
Na capital da Paraíba, a cidade de João Pessoa, o feriado municipal consagrado a Nossa Senhora da Conceição, 8 de Dezembro, é o dia de tradicional festa em homenagem a Iemanjá. Todos os anos, na Praia de Tambaú, instala-se um palco circular cercado de bandeiras e fitas azuis e brancas ao redor do qual se aglomeram fiéis oriundos de várias partes do Estado e curiosos para assistir ao desfile dos orixás e, principalmente, da homenageada. Pela praia, encontram-se burados com velas acesas, flores e presentes. Em 2008, segundo os organizadores da festa, 100 mil pessoas compareceram ao local.

Festa do Rio Vermelho

A tradicional Festa de Iemanjá na cidade de Salvador, capital da Bahia, tem lugar na praia do Rio Vermelho todo dia 2 de Fevereiro. Na mesma data, Iemanjá também é cultuada em diversas outras praias brasileiras, onde lhe são oferecidas velas e flores, lançadas ao mar em pequenos barcos artesanais.
A festa católica acontece na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na Cidade Baixa, enquanto os terreiros de candomblé e umbanda fazem divisões cercadas com cordas, fitas e flores nas praias, delimitando espaço para as casa de santos que realizarão seus trabalhos na areia.
Em porto Alegre a Festa de Nossa senhora dos Navegantes é a maior festa religiosa da cidade brasileira do sul do Brasil, e homenageia Nossa Senhora dos Navegantes e seu sincretismo afro-brasileiro. É realizada no dia 2 de Fevereiro de cada ano desde 1870. Originalmente constava de uma procissão fluvial, com embarcações que singravam o Lago Guaíba desde o cais do porto, levando a imagem da santa do centro da cidade até a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes. Hoje, por determinação impeditiva da Capitania dos Portos, a procissão é terrestre, levando a imagem desde a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no centro da cidade, até a Igreja de Nossa senhora dos Navegantes. Os organizadores da festa consideram que esta é a segunda maior romaria religiosa do País, ficando atrás apenas do Círio de Nazaré realizada em Belém do Pará. Com uma grande participação popular tanto na realização da festa, como nas comemorações.

Cuba
Em Cuba, Yemanyá também possui as cores azul e branca, é uma rainha do mar negra, assume o nome cristão de La Virgen de la Regla e faz parte da santeria como santa padroeira dos portos de Havana.
Lydia Cabrera fala em sete nomes igualmente, especificando que apenas uma Iemanjá existe, à qual se chega por sete caminhos. Seu nome indica o lugar onde ela se encontra.

Curiosidade

Iemanjá é citada logo no inicio da peça, O bem-amado de Dias Gomes, como nome de Janaína.
“...DERMEVAL indicando o defunto: Mestre Leonel?
MESTRE AMBRÓSIO: É. Embarcou, coitado.
DERMEVAL dirige-se a venda: No mar?
MESTRE AMBRÓSIO: Qui-o-quê. Janaína quis saber dele não. Esticou em terra mesmo...
O bem-amado, Dias Gomes, Primeiro Quadro

Filhos de Iemanjá
Alexandre Borges – Ator
Aracy Balabanian – Atriz
Cacá Rosset – Ator
Débora Falabella – Atriz
Édson Celulari – Ator
Gabriel o pensador – Cantor
José Serra – Político
Juca de Oliveira – Ator
Letícia Sabatella – Atriz
Marcos Caruso – Ator
Marjorie Estiano – Atriz
Natália do Valle – Atriz
Paulo José – Ator
Regina Casé – Apresentadora
Tetê Espíndola – Cantora
Thiaguinho – Cantor
Tom Cavalcante – Humorista
Zico – Ex-jogador de futebol

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