sábado, 31 de dezembro de 2011

2012

Ter asas é dançar na chuva...
É plantar uma árvore...
Ver a inocência nos olhos de uma criança...

É ficar bem quietinho ao lado da pessoa amada...
É subir uma montanha...
É encontrar os amigos e não falar nada importante, mas falar, falar muito...
É cantarolar uma música antiga...
É arrumar as gavetas, e dar um monte de roupa para quem precisa...
É andar sem rumo, só por andar...
É falar sozinho...
É sorrir para aquele velhinho lá da praça...
É ficar sentado na cozinha, assistindo a mãe fazer bolo...

Ah! Ter asas é raspar a panela de brigadeiro com os dedos
É brincar
É rir de si mesmo
É ter um lugar secreto bem lindo e fugir para lá de vez em quando
E ficar de bobeira...
É tomar um banho de cachoeira, nadar em um rio
Ir para a praia, se cobrir de areia e pegar jacaré
Ter asas é viver intensamente as coisas simples e belas
Do dia a dia

Ter asas é ficar em silêncio e ouvir dentro da gente, o Deus Emanuel
É isso que nós da Cia. Dunada de Teatro desejamos para o Ano Novo que está chegando...

Que você tenha asas como das águias!

Que a lua e as estrelas emprestem um pouco do seu brilho, para iluminar o novo ano, e que Deus nos dê "asas de águias" para voarmos bem alto na construção de um mundo melhor.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

TÉCNICO - Cenotécnico

Planeja, coordena, constrói, adapta e executa todos os detalhes de material, serviços e montagem dos cenários, seguindo maquetes, croquís e plantas fornecidos pelo cenógrafo. É quem faz funcionar os cenários e demais dispositivos.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

TÉCNICO - Cenógrafo

Cria, projeta e supervisiona, de acordo com o espírito da obra, a realização e montagem de todas as ambientações e espaços necessários à cena, incluindo a programação cronológica dos cenários; determina os materiais necessários; dirige a preparação, a montagem, a desmontagem e a remontagem das diversas unidades do trabalho.

Cabe ao Cenógrafo (aquele que cria, desenha, acompanha e orienta a montagem do projeto cenográfico) organizar o espaço cênico segundo as necessidades do espetáculo, em comum acordo com o diretor.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

TÉCNICO - Camareira

Pessoa encarregada de conservar e manter em bom estado as peças de vestuário utilizadas no espetáculo, auxiliar o elenco a se vestir, organizar o guarda-roupa e embalar os figurinos em caso de viagem.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

TÉCNICO - Técnicos

Profissionais especializados em atividades de apoio, produção e operação de elementos do espetáculo.

- Camareira
- Cenógrafo
- Cenotécnico
- Contra-Regras
- Diretor
- Produtor
- Figurinista
- Aderecista
- Maquiador
- Iluminador
- Sonoplasta
- Bilheteiro

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Clown

Clown é a palavra inglesa para palhaço, porém no teatro não refere-se àquele modelo clássico de palhaço que vemos em circo. Um clown no teatro é basicamente: o próprio ator de forma "exagerada".

Ou seja: se determinado ator se acha gordo, por exemplo, ele vai usar justamente essa característica para exagerar a própria imagem e personalidade.

Além disso, o clown tem alguns fatores de interpretação únicos que assemelham-se às peripécias de um palhaço comum feitas de forma mais teatral.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal!!!

Que neste Natal,
eu possa lembrar dos que vivem em guerra,
e fazer por eles uma prece de paz.

Que eu possa lembrar dos que odeiam,
e fazer por eles uma prece de amor.

Que eu possa perdoar a todos que me magoaram,
e fazer por eles uma prece de perdão.

Que eu lembre dos desesperados,
e faça por eles uma prece de esperança.

Que eu esqueça as tristezas do ano que termina,
e faça uma prece de alegria.

Que eu possa acreditar que o mundo ainda pode ser melhor,
e faça por ele uma prece de fé.

Obrigada Senhor
Por ter alimento,
quando tantos passam o ano com fome.

Por ter saúde,
quando tantos sofrem neste momento.

Por ter um lar,
quando tantos dormem nas ruas.

Por ser feliz,
quando tantos choram na solidão.

Por ter amor,
quantos tantos vivem no ódio.

Pela minha paz,
quando tantos vivem o horror da guerra.

FELIZ NATAL A TODOS OS NOSSOS AMIGOS, EM ESPECIAL AOS NOSSOS ATORES QUE TANTO LUTAM PARA LEVAR O MELHOR TRABALHO DE NOSSA CIA.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Stand-up Comedy

É uma expressão em língua inglesa que indica um espetáculo de humor executado por apenas um comediante. O humorista se apresenta geralmente em pé (daí o termo 'stand-up'), e na ausência da quarta parede.

Também conhecida como humor de cara limpa, a comédia stand-up privilegia o artista munido apenas do microfone, sem personagem, fantasia ou acessórios. O humorista stand up não conta piadas conhecidas do público (anedotas). É normal que se prepare números com texto original, construído a partir de observações do dia-a-dia e do cotidiano.

O gênero do "one man show" que é semelhante, mas permite outras abordagens (interpretação de personagens, músicas, cenas) foi introduzido no Brasil por José Vasconcelos, na década de 70. Aproximando-se mais ainda do estilo americano, Chico Anysio e Jô Soares mantiveram o gênero - principalmente em seus shows ao vivo, e geralmente, na abertura de seus programas - se aproximando da comédia stand up como vemos hoje.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Butoh parte II

Traduzindo-se o termo Butoh, bu significa dança e toh quer dizer passo. Literalmente, dança compassada.

Concebido inicialmente como "ankoku butoh", ou "dança das trevas", surgiu no final dos anos 50.

O Butô, nasceu na virada da década de 50 para 60, no Japão do pós-guerra fragmentado pela derrota e tomado pela consciência de que a verdadeira arte era a desenvolvida no ocidente. Este teatro dança é não só uma ruptura das formas tradicionais de teatro e dança japoneses, como também uma negação contundente da influência da cultura ocidental, principalmente da americana, que na época era considerada "vitoriosa".

A primeira performance de butô na Europa aconteceu em 1978. O Brasil só tomou conhecimento da dança nos anos 80, através de Kazuo Ohno, o principal nome do Butô em todo o mundo.

O "corpo morto" do Butô, a base verdadeira desta forma de expressão artística, sugere que os movimentos brotem segundo sua própria vontade e as leis de seu próprio mundo.

O Butô busca a energia direto do ventre materno, quando ele ainda não foi exposto ao contato com o mundo exterior, fazendo brotar de lá sua energia vital.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Butoh parte I

Traduzindo-se o termo Butoh, "bu" significa dança e "toh" significa passo.

Concebido inicialmente como “Ankoku Butoh”, ou “Dança das Trevas”, ele surge no final dos anos 50, num Japão recém-humilhado pela rendição na Segunda Grande Guerra.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

GÊNEROS – Kabuki Parte II

Etimologicamente Kabuki significa oblíquo. O significado individual de cada ideograma é ka = canto, bu = dança e ki = habilidade, e por isso a palavra kabuki é muitas vezes traduzida como "a arte de cantar e dançar". Porém esses ideogramas chamados de ateji (ideogramas usados apenas com sentido fonético) não refletem a etimologia da palavra, que hoje em dia, tornou-se um espetáculo popular que combina realismo e formalismo, música e dança, mímica, encenação e figurinos, implicando numa constante integração entre os atores e a platéia.

Originalmente recorda o início do século XVII, quando se parodiava temas religiosos com danças ousadas. No ano de 1629 esse tipo de teatro foi proibido pelo governo, então o espetáculo passou a ser encenado então por rapazes que vestiam-se de mulher.

O Kabuki é uma das formas mais representativas das artes teatrais japonesas. Seu início remonta à última parte do século XVI e graças a uma evolução contínua e extensiva foi aperfeiçoado até atingir o atual estado de refinamento clássico.

Durante o período chamado de Era Edo (século XVI), quando ocorreu o desenvolvimento do Kabuki, foi observada mais rigidamente a distinção entre a casta guerreira e a plebe do que em outros tempos da história japonesa. A arte do Kabuki foi cultivada principalmente pelos mercadores daquela época. Estes haviam se tornado cada vez mais fortes do ponto de vista econômico, mas continuavam em situação de inferioridade social porque pertenciam à classe plebéia. Para eles, o Kabuki foi talvez a forma mais significativa de expressão artística para manifestar suas emoções. Assim, os temas fundamentais do Teatro Kabuki são os conflitos entre o povo e o sistema feudal. Graças principalmente a esta qualidade humanística, o Kabuki obteve uma popularidade tão duradoura no seio do público daquela época, e assim permanece até hoje, sendo motivo de orgulho e afeição do país.

A verdade desta afirmação emerge do atual estado do Kabuki. Ele não descreve a vida contemporânea no Japão, país cuja civilização tem passado por um alto grau de ocidentalização. Mesmo assim, goza de grande popularidade até hoje.

De todas as características do teatro Kabuki, a mais importante é o fato de que não utiliza atrizes em cena. Todos os papéis femininos são representados por elementos masculinos conhecidos como onnagata.

A interpretação constitui um dos principais elementos estéticos do Kabuki: a beleza "formalizada". Uma técnica especial é conhecida como "mie" é usada em certos momentos culminantes ou ao final de uma representação clássica pelo ator principal, que momentaneamente faz uma pausa numa atitude pictórica, olhando fixamente e cruzando seus olhos. Aqui se percebe a ênfase máxima dada à beleza estatuária. Os arranjos de cores são outra marca registrada do Kabuki.

O cenário, o vestuário e a maquiagem no Kabuki são geralm ente reconhecidos como sendo os mais pródigos e extravagantes do mundo. Pode-se dizer que até certo ponto a popularidade do Kabuki é causada por sua beleza pictórica.


A música também é uma parte integrante da arte do Kabuki. O principal instrumento usado é o "shamisen", instrumento de três cordas tocado com uma palheta. Por esta razão todo o corpo musical associado ao Kabuki é considerado como música do "shamisen". Numa peça histórica ou doméstica, à medida que a cortina sobe, a música inicia os seus acordes avivando a atmosfera inanimada do palco.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

GÊNEROS – Kabuki Parte I

O Teatro Kabuki, é um gênero de teatro japonês, conhecido pela estilização do drama e por suas elaboradas maquiagens e seu principal tema é o conflito entre a humanidade e o sistema feudal.


A única característica do Kabuki, e talvez a mais significativa na conservação do invulgar espírito Kabuki é o fato de que não utiliza atrizes em cena. Todos os papéis femininos são representados por elementos masculinos conhecidos como onnagata.

domingo, 18 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Noh parte II

, , Nou ou Noh é uma forma clássica de teatro profissional japonês que existe desde o século XIV. Um drama lírico, combinando canto, pantomima, música e poesia que evoluiu de outras formas teatrais, aristocráticas e populares, incluindo o Dengaku, Shirabyoshi e Gagaku.

Caracteriza-se pelo seu estilo lento, de postura ereta, rígida, de movimentos sutis, bem como pelo uso de máscaras típicas. O foco da narrativa se encontra no protagonista (shite), o único que porta uma máscara. Shite é um espírito errante que exprime, de forma lírica, a nostalgia dos tempos passados. O coadjuvante (waki), geralmente um monge, não interfere no curso da ação, apenas é revelador da essência do shite. Um coro e quatro instrumentos auxiliam na condução da trama, que se soluciona através da dança. Esse coro, vale destacar, possui uma função dramática decisiva, conduzindo a narrativa. O teatro Nô não é para ser compreendido e sim para ser sentido. Sentir a energia do ator em cena.


No que se refere à interpretação, os movimentos sintéticos do ator, são quase imperceptíveis como, por exemplo, de uma maneira estilizada e sutil, levanta os olhos para a lua, ou num gesto com a mão retira a neve do kimono. Esses movimentos fazem surgir aos olhos e espírito do espectador, um universo todo poético, um mundo visto de diversos ângulos envolvendo fenômenos da natureza e da vida.

O cenário é, invariavelmente, constituído apenas pelo "kagami-ita", um pinheiro pintado, no fundo do palco, mesmo que a peça se desenrole noutros locais. Há várias explicações para o uso desta árvore, sendo muito comum a interpretação que se refere aos rituais xintoístas, pelos quais os deuses descem à Terra por este meio. Outro adereço inconfundível é a ponte estreita (a "Hashigakari"), situada à esquerda, que os principais actores utilizam para entrada e saída das personagens.

Conhecido como comédia, o teatro Noh Kyogen tem sua origem no mesmo período que o Nô e servia como intervalo entre suas apresentações. Porém, nos últimos anos, houve uma pequena mudança e algumas peças Kyogen já começaram a ter programas exclusivos. Talvez por ter iniciado como intervalo de programa, freqüentemente o estilo Kyogen é confundido com o Nô. Mas o Kyogen é uma peça-diálogo de uma farsa mímica cujo objetivo é provocar "riso". Porém não se pode classificá-lo sempre como um simples gênero de comédia, seu humor nem sempre tem um caráter feliz, e algumas peças dependem de frases humorísticas ou fazem uso de sátira. Algumas chegam a alcançar os limites da tragédia e das lágrimas enquanto outras focalizam o isolamento e a solidão humana.

O Kyogen procura fazer um contraste com o drama do Nô e seu humor é um dos resultados da busca deste efeito. Diferente do Nô que tem apenas um personagem principal, no Kyogen dois personagens ou dois grupos de personagens são lançados um contra o outro e dialogam de forma coloquial. Como no Nô, os artistas são apenas do sexo masculino. Geralmente se apresentam com o rosto limpo, mas há momentos em que utilizam máscaras, preferindo sempre as irônicas. Algumas máscaras são adaptações das utilizadas no Nô que, apesar de penderem para o humorismo, não são grosseiras.

Com o também chamado Ai-Kyogen, os atores podem participar do drama do Nô e aparecem para preencher o palco como, por exemplo, quando os atores do Nô precisam trocar o vestuário entre a primeira e a segunda metade da peça. Nesse caso o ator de Kyogen apenas explica a identidade do shite ou comenta o desenvolvimento do enredo.

A cultura japonesa, principalmente o noh, ficou conhecida no ocidente graças ao trabalho de Ernest Fenollosa, norte-americano que trabalhou na Universidade de Tóquio nos anos de 1878 a 1886. Outros grandes artistas que desenvolveram seu trabalho fortemente influenciados pelo teatro noh e pelo trabalho de Fenollosa foram Ezra Pound e Yeats em 1913 e em 1921 Paul Claudel, embaixador da França no Japão, Stanislavski e Meyerhold também foram influênciados por este teatro e Bertold Brecht, adaptou em 1930 a peça "Taniko", com o título Der Ja-sager (aquele que diz sim), adaptado de uma versão inglesa.

Não se pode falar em Teatro Noh no Brasil sem mencionar o nome Hakuyokai (Etimologicamente: Haku = Brasil, Yo = canto de Noh e Kai = associação), o grupo pioneiro de praticantes de Noh, da cidade de São Paulo que tanto contribuiu para a divulgação desta arte no país. Nobuyuki Suzuki, pesquisador e professor universitário, veio ao Brasil a serviço do Ministério da Educação e do Ministério das Relações Exteriores do Japão, em 1939 com o objetivo de ministrar palestras sobre a cultura nipônica.

Nesta viagem, convocou todos que quisessem participar de um encontro de Noh. A partir de então, até o início da Segunda Guerra Mundial, houve algumas apresentações, sendo que, nesses encontros, participavam tanto a Escola Kanze quanto a Hosho.

Após seu retorno ao Japão, com o término da Guerra, alguns praticantes sucederam-no, inclusive seu filho Takeshi Suzuki, na organização dos encontros. Takeshi, da Escola Hosho, empenhou-se no estudo e na prática desta arte, fazendo apresentações regulares e, em 1984, comemorou a 100ª apresentação do grupo Hakuyokai.

Com a morte de Takeshi Suzuki e de Noboru Yoshida (Escola Kanze), os grupos se dispersaram e, as atividades da grande maioria deles ficaram restritas aos treinos de canto de Noh e, nos últimos anos, não se registram apresentações conjuntas.

sábado, 17 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Noh parte I

Noh, , ou Nou é a forma clássica de teatro japonês combinando canto, pantomima, música e poesia, sendo interpretado apenas por atores, que passam sua arte pela tradição familiar. Seu universo é habitado por deuses, guerreiros e mulheres enlouquecidas, às voltas com os mistérios do espírito.  Os espetáculos Noh ocorrem num palco bastante despojado, feito de hinoki liso (cipreste japonês). O cenário é constituído apenas pelo kagami-ita, (pinheiro pintado, no fundo do palco) por sua interpretação que se refere aos rituais xintoístas, pelos quais os deuses descem à Terra por este meio.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Teatro de Sombras

Espetáculo teatral em que a ação dramática é mostrada ou sugerida pelas sombras dos atores, projetadas de fora sobre uma tela translúcida. Também tem o nome de: teatro de silhuetas.


Surgindo na Pré-História, por volta de 5.000 a.C., quando os homens se encantavam com sombras movendo-se nas paredes das cavernas, o Teatro de Sombras trata-se de uma representação em uma tela branca com um foco de luz aceso contrariamente projetando sombras de silhuetas de figuras humanas, animais, ou objetos, recortadas em papel ou formadas com determinadas posições das mãos reportando-nos ao mundo mágico das histórias de faz de conta.

Uma lenda chinesa diz que “no ano 121, o imperador Wu Ti, da dinastia Han, desesperado com a morte de sua bailarina favorita, ordenou ao mago da corte que a trouxesse de volta do “Reino das Sombras”, caso contrário, seria decapitado.

O mago usando a imaginação com uma pele de peixe macia e transparente, fez a silhueta de uma bailarina. Com tudo preparado, o mago ordenou que no jardim do palácio, fosse armada uma cortina branca contra a luz do sol e que esta deixasse transparecer essa luz.

Houve uma apresentação para o imperador e sua corte. Esta apresentação foi acompanhada de um som de uma flauta que "fez surgir a sombra de uma bailarina movimentando-se com leveza e graciosidade". Neste momento, teria surgido o teatro de sombras.

*Imagem: Espetáculo “O Teatro de Sombras de Ofélia” (Cia Gente Falante) - Teatro de Bonecos/Porto Alegre/RS, Bonecos de Paulo Martins Fontes.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Teatro de Rua

Gênero de teatro popular apresentado em praças, ruas, avenidas e lugares públicos em geral, ao ar livre, em rodas de espectadores ao nível do chão ou em plataformas, caminhões, praticáveis, etc. com recursos técnicos precários, ou inexistentes.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Teatro de Revista

Gênero em que os atos são divididos em quadros mais ou menos independentes, ainda que ligados uns aos outros por um tema comum, geralmente alegre e crítico, tudo em meio a exibições de beleza de atrizes e cenários, ao som de músicas igualmente alegres, especialmente compostas.


O Teatro de Revista pretendia agradar os diferentes segmentos da sociedade. É um gênero teatral importante na história das artes cênicas, com seu auge no século XX em Portugal, que tinha como principais características números musicais, apelo à sensualidade e à comédia leve com críticas sociais e políticas destacando-se com o texto em verso e a presença da opereta, da comédia musicada, das representações folclóricas e da dança. Recorre também ao modelo francês de enredo frágil servindo como elo entre quadros que marcam a estrutura fragmentária do gênero.

O Teatro de Revista tornou-se um gênero popular no Brasil a partir do final do século XIX. Aqui, o também chamado simplesmente por Revista, foi responsável pela revelação de diversos talentos no cenário cultural, como Carmem Miranda e sua irmã Aurora, as chamadas vedetes de imenso sucesso como Wilza Carla, Dercy Gonçalves e Elvira Pagã. Já na variante conhecida como Teatro Rebolado, compositores como Dorival Caymmi, Assis Valente e Noel Rosa.

O Gênero é marcado por três fases marcantes no Brasil:

- A primeira fase do gênero é marcada pela valorização do texto em relação à encenação, e pela crítica de costumes composta por versos e personagens alegóricos.
- A segunda fase é movida pelos grandes nomes que levam o público ao teatro. É a fase em que o gênero se equilibra entre quadros cômicos e de crítica política, e os números musicais e de fantasia.
- Já a terceira fase marca o ponto onde, aos poucos, a revista começa a apelar para o escracho, para o nu explícito, em detrimento de um de seus alicerces: a comédia. E é dessa maneira que entra em seu período de decadência, desaparecendo quase que completamente nos anos 60.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Teatro de Bonecos

Teatro de Bonecos (Marionetes, Fantoches, Teatro de Animação ou ainda Teatro Lambe-Lambe) é a representação teatral feita com bonecos de manipulação, em especial aqueles onde o palco, cortinas, cenários e demais elementos próprios são construídos especialmente para a apresentação.

Acredita-se que o Teatro de Bonecos talvez seja mais velho do que o próprio teatro com atores de verdade. Tendo sua origem na mais remota antiguidade, com o passar do tempo os homens começaram a modelar bonecos de barro, inicialmente sem articulações. Na Grécia antiga, os bonecos possuíam conotações religiosas. O Império romano assimilou da cultura grega o Teatro de Bonecos, que rapidamente se espalhou pela Europa. Na idade média, os bonecos eram utilizados em doutrinações religiosas e apresentados em feiras populares. Depois da primeira guerra, as marionetes foram difundidas pelo mundo.


Os bonecos se apresentam de diferentes formas. Podem ser pendurados por fios ou cordões quase invisíveis, com o manipulador dando à vida aos personagens movimentando uma cruzeta na qual estão amarrados os fios, onde cada um deles é responsável pelo movimento de um dos membros do boneco ou então podem ser colocados na mão como luvas.

Chegou ao nordeste do Brasil como forma de manifestação popular e se propagou por todo o país através de artistas mambembes. Essa forma de teatro é chamada de Mamulengo, na qual os bonecos representam personagens do nosso folclore.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Musical


Gênero em que a narrativa é constituída por um combinado de músicas coreografadas e diálogos falados.

Musical é o termo utilizado para definir a união do teatro com a música. Pode se confundir com a ópera ou o cabaré, visto que os três apresentam estilos diferentes, porém as linhas que os delimitam são difíceis de definir. Em sua maioria, possuem roteiros quase que completamente cantados sendo raras as partes em que há diálogo entre os personagens e uma orquestra ou banda ao fundo criando a trilha sonora para fundir a cantoria à atuação.

Os três componentes essenciais de um espetáculo musical, são: a música, a interpretação e o enredo. A música e a letra são o propósito do musical; o enredo refere-se à parte dramática do espetáculo e a interpretação relaciona as performances de dança, encenação e canto.

Com cerca de vinte a trinta canções, podem durar desde uns poucos minutos à várias horas. Os mais populares, duram de duas horas à duas horas e quarenta e cinco minutos e atualmente, são geralmente apresentados com intervalos de quinze minutos entre os atos.

domingo, 11 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Ópera

Trata-se de um drama encenado com música, que é apresentado utilizando os elementos típicos do teatro, como cenografia, figurinos e etc. Porém, a letra da ópera (libreto) é cantada e não falada como normalmente em uma peça teatral. O termo Ópera surgiu de opus (latim = “obra”). Possui diferentes tipos e/ou formas específicos como, a Ópera-balada, Ópera Cômica ou Buffa, Ópera de Pequim, e a Opereta.


 
A “Ópera-balada” (Francesa) é um tipo de ópera que utiliza diálogos falados, intercalando com músicas inspiradas, geralmente, em temas populares. A sua maior característica é sua formação com grande número de interpretes que dominam a linguagem da música/canto e do teatro/interpretação, são na maioria das vezes atores-cantores.

Ópera Cômica ou Ópera-Buffa (Italiana) possui maior quantidade de diálogos falados e seu conteúdo e o resumo da encenação é repleto de comicidade.

O Ching Hsi também conhecido como Ópera de Pequim, que mescla as diferentes linguagens cênicas, como dança, música, teatro, acrobacia e os demais artifícios cênicos que venha enfatizar a interpretação e o uso da voz, utilizando a técnica do falsete para cantar e falar.

Opereta é uma ópera pequena. Contém mais diálogos narrados do que músicas e é vista por muitos como uma obra de menor seriedade, por sua característica de tratar de temas frívolos e comuns do dia-a-dia das pessoas. Porém seus cantores treinam a ópera de forma clássica.

sábado, 10 de dezembro de 2011

GÊNEROS - Teatro do Absurdo Parte II

A palavra “absurdo” remete a o que é contrário à razão, contraditório, disparatado.

O gênero absurdo decende, por assim dizer, do Surrealismo, o Anti-Teatro com influências do Expressionismo. É uma forma de teatro moderno que utiliza para a criação do enredo, das personagens e do diálogo elementos chocantes do ilógico, com o objetivo de reproduzir diretamente o desatino e a falta de soluções em que estão imersos o homem e sociedade. Inspirava-se na burguesia ocidental, que, segundo os teóricos, se distanciava cada vez mais do mundo real, por causa de suas fantasias e ceticismo em relação às conseqüências desastrosas que causava ao resto da sociedade. Assim como o Dadaísmo, o gênero promoveu a revolução na linguagem e na ideologia da sociedade, sendo criticado por um público que, apesar de proletário, consumia o idealismo burguês da época.

“Teatro do Absurdo” foi um termo criado segunda metade do século XX, pós-Segunda Guerra Mundial, pelo crítico norte-americano Martin Esslin, ao colocar sob um mesmo conceito obras de dramaturgos completamente diferentes, mas que tratavam suas obras de forma inusitada da realidade.

Foi criado por Eugene Ionesco, com um livro-texto para o ensino de inglês, que apresentava diálogos entre um casal em que, a pretexto de ensinar o vocabulário de uma estrutura familiar, reproduzia conversas absurdas entre marido e mulher como, por exemplo, esta informando ao marido que eles têm três filhos e que o sobrenome deles é Smith. Ionesco estudava, copiando, sentenças inteiras, desde o primeiro capítulo, com o intuito de decorá-las. Relendo essas frases com atenção, ele não apenas aprendeu inglês, mas descobriu algumas verdades surpreendentes como, por exemplo, que: há sete dias na semana, o que ele já sabia; que o chão fica embaixo e o teto em cima; coisas que ele também já sabia, mas sobre as quais, talvez, não tivesse pensado seriamente ou houvesse esquecido, e que, de repente, lhe pareceram estupendas por serem verdades incontestáveis.

A consciência do absurdo desses diálogos inspirou Ionesco a escrever sua primeira peça, “La Cantatrice Chauve” (A Cantora Careca), em cuja cena mais famosa dois estranhos dialogam sobre banalidades como o tempo, o lugar onde vivem, quantos filhos têm para, surpreendentemente, descobrirem que são marido e mulher.

Com essa peça Ionesco inspirou uma revolução importante nas técnicas dramáticas e inaugurou o “teatro do absurdo” ou o “anti-teatro”. Esse teatro era realmente um teatro “puro”, despojado de convenções, cruelmente poético, arbitrário e imaginativo.

Em resumo, Ionesco rejeitava a estrutura lógica, o desenvolvimento dos personagens e o pensamento do teatro tradicional, tendo criado sua forma própria de comédia anárquica para expressar a existência sem sentido do homem moderno num universo governado pelo acaso. Em seus textos quase não existe história, nem enredo; não há começo, nem fim; existe, sim, o reflexo de seus sonhos e pesadelos; os personagens não são reconhecíveis, assemelham-se a bonecos mecânicos colocados diante do público; toda caracterização é agressiva e balbucios incoerentes tomam o lugar do diálogo.

A estrutura de suas peças pode ser comparada ao orgasmo já que segue o esquema da acumulação, da intensificação, da progressão, da aceleração, da proliferação atingindo o paroxismo, quando as tensões psicológicas, os estados de consciência ou situações são intensificados, tornando-se mais ou menos densos, e emaranhados, atingindo o insuportável. Há de haver a liberação capaz de trazer a sensação de serenidade. E é o riso que faz o papel dessa liberação. Por isso suas peças são dramas cômicos, dramas perpassados de humor.

Os representantes mais importantes desse gênero são Ionesco, Samuel Beckett, Harold Pinter, Jean Genet, Arthur Adamov, G. Schahadé, Antonin Artaud, J. Audiberti e J. Tardieu, na França, Fernando Arrabal, na Espanha, Günther Grass e Hildersheimer, na Alemanha. No Brasil, destaca-se José Joaquim de Campos Leão, conhecido como Qorpo Santo. E o polonês Slawomir Mrózek.

Samuel Beckett era extremamente pessimista e se caracterizou pela falta de sentido geral de seu diálogo. O criador da farsa metafísica com o texto “Esperando Godot”, e seus personagens, dois velhos amigos que se entregam a abundantes diálogos, aliás, quase literalmente retomados na peça.

Alfred Jarry é considerado por muitos o precursor do Teatro do Absurdo com o texto “Ubu Rei” de 1896. Usava a comédia grotesca, adotando um gênero farsesco e sem compromisso com a realidade.

Os textos de maior destaque são: “Esperando Godot” de Beckett, “Ping-Pong” de Adamov, “A Cantora Careca”, “A Lição” e “O Rinoceronte” de Ionesco e “Piquenique no Front” de Fernando Arrabal.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Desculpa

Pedimos desculpa por não postarmos nada até hoje. É que estávamos sem internet, mas a partir de agora retomaremos de onde paramos.
Obrigado.
Cia. Dunada de Teatro

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

GÊNEROS - Teatro do Absurdo Parte I

Criado na segunda metade do século XX, o Teatro do Absurdo procurava representar no palco a crise social que a humanidade vivia.

Gênero moderno que utiliza elementos chocantes e ilógicos na composição do enredo, personagens e diálogos, com o objetivo de reproduzir o desatino e a falta de soluções que faz parte da vida do homem e da sociedade.

Os seus representantes mais importantes são Eugene Ionesco, Samuel Beckett, Harold Pinter, Arthur Adamov, G. Schahadé, Antonin Artaud, J. Audiberti e J. Tardieu, Fernando Arrabal, Günther Grass e Hildersheimer e no Brasil, destaca-se José Joaquim de Campos Leão, mais conhecido como Qorpo Santo.

A inspiração dos dramas absurdos era a burguesia ocidental, que, segundo teóricos, distanciava-se do mundo real, com suas fantasias e ceticismo em relação às conseqüências desastrosas que causava ao resto da sociedade.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

GÊNEROS - Pantomima

Pantomima, Mímica ou Mimodrama: Peça de qualquer gênero que o(s) ator(es) se manifesta(m) apenas e simplesmente por gestos, expressões corporais ou fisionômicas, prescindindo da palavra e da música, que pode ser, também, sugerida por meio de movimentos; mímica.

Resumindo, é um espetáculo teatral sem palavras, em que os artistas comunicam seus pensamentos e sentimentos através da dança, da expressão facial e corporal. É a arte de narrar com o corpo.

Com este gênero, os pantomímicos precisam buscar a forma perfeita, a estética da linha do corpo, pois através do gesto tudo será dito, uma boa pantomima está na habilidade adquirida pelo pantomímico em se transformar durante a interpretação, passando para a platéia as mensagens que se fizerem necessárias, pelos gestos.

É uma das artes que exige o máximo do artista para que este receba o máximo de retorno do público, ou seja, a atenção da platéia para que a mensagem seja passada devidamente.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

GÊNEROS - Auto


Do latim actu = ação, ato. Trata-se de um gênero cuja finalidade é tanto divertir quanto instruir com seus temas que podem ser religiosos ou profanos, sérios ou cômicos, no entanto devem possuir sentido moralizador.

Tem sua origem na Idade Média, na Espanha, por volta do século XII. Mas foi no século XVI, que o português Gil Vicente que a expressão deste gênero dramático realmente despontou.

O auto era escrito em redondilhos (versos de sete sílabas) e visava satirizar pessoas. Não possui uma estrutura definida, então para facilitar sua leitura divide-se o auto em cenas da maneira clássica, a cada vez que uma nova personagem entra em cena.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

GÊNEROS - Melodrama

O termo Melodrama origina-se do francês mélodrame, que pela análise etimológica: melos (grego) que significa som, e drame (latim antigo) que significa drama.

Sua característica é intensificar as virtudes e vícios das personagens, sejam protagonistas ou antagonistas, enfatizando artificialmente suas características já que o objetivo maior deste gênero é impressionar e comover o espectador, com a semelhança com a realidade. Existe um grande maniqueísmo, os personagens, ou são muito bons ou então são extremamente maus. O bem e o mal estão sempre em luta, e o bem, depois de muito sofrimento, lutas e peripécias, acaba vencendo o mal.


Possui significados contraditórios e é aplicado com diferentes significados e ocorrências variadas ou em distintas, algumas vezes refere-se a um efeito utilizado numa obra, outras como estilo da obra e outras como gênero.

O melodrama teatral surgiu oficialmente como gênero em 1800 com a obra Coeline de René-Charles Guilbert de Pixérécourt e teve como principais representantes o inglês Thomas Holcroft seu introdutor na Gran Bretanha, o alemão August Friederich Von Kotzebue e o irlandês Dionysius Lardner Boursiquot ou Dion Boucicault. Ao final do século XIX, novas propostas estéticas surgiam, entre elas o naturalismo, negando assim muitas das formas super utilizadas de interpretação do melodrama, que foram consideradas antinaturais. Logo o termo melodrama se tornou sinônimo de uma interpretação exagerada, antinatural, assim como de efeitos de apelo fácil à platéia.

domingo, 23 de outubro de 2011

GÊNEROS - Drama

É representado em tom mais coloquial que a tragédia e ter episódios levemente cômicos, entremeados de cenas sérias. O drama pode ser declamado, declamado com intervenções cantadas ou totalmente cantado.

O Drama é usado como gênero de personalização em filmes, cinema, telenovelas, teatro e qualquer representação de personagem.

O chamado Drama Social é uma nova linha de tragédia em que as forças do destino se materializavam como força de convenções sociais sobre o indivíduo, principalmente na injustiça sócio-econômica. Pode ser entendido como uma forma séria de espetáculo, performance ou filme que não chega a ser uma tragédia.

O conflito inerente ao drama é a disputa que permite ao espectador tomar partido e se interessar pela representação no palco. O herói grego luta com o sobre-humano, o herói do drama elisabetano luta contra si mesmo, e o herói do Drama Social luta contra o mundo.

sábado, 22 de outubro de 2011

GÊNEROS - Farsa ou Farsesco

O Farsesco ou Farsa é um gênero dramático predominantemente baixo cômico, de ação trivial, com tendência para o burlesco (cômico; ridículo). Inspira-se no cotidiano e no cenário familiar e é o mais irresponsável de todos os tipos de drama.

Caracteriza-se por seus personagens e situações caricatas. Se distingue da comédia e da sátira por não preocupar-se com a verossimilhança nem pretender o questionamento de valores. Busca apenas o humor e, para isso, vale-se de todos os recursos; assuntos introduzidos rapidamente, evitando-se qualquer interrupção no fio da ação ou análises psicológicas mais profundas; ações exageradas e situações inverossímeis.

Sua estrutura e trama são baseadas em situações em que as personagens se comportam de maneira extravagante, ainda que pelo geral mantêm uma quota de credibilidade. Seus temas e personagens podem ser fantásticos, mas podem ser críveis e verossímios.

Embora existam elementos farsescos nas comédias de Aristófanes e Plauto, a farsa originou-se nos mimos medievais. Recorre a estereótipos (a alcoviteira, o amante, o pai feroz, a donzela ingênua) ou situações conhecidas (o amante no armário, gêmeos trocados, reconhecimentos inesperados).

Surgiu em meados do Século XII com o Teatro Medieval e suas divisões: o Teatro Sacro (tratava de milagres, autos, moralidades e mistérios) e o Teatro Profano (Farsas). Nas representações profanas usavam-se as “farsas”, os “arremedos burlescos”, que tinham o objetivo de arrancar gargalhadas do público.

No Renascimento, autores dedicaram-se ao gênero, entre eles Gil Vicente com a trilogia satírica das Barcas - o “Auto da Barca do Inferno” (1516), “Auto da Barca do Purgatório” (1518) e “Auto da Barca da Glória” (1519) misturando elementos alegóricos religiosos e místicos.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

GÊNEROS - Tragicomédia

Definimos o que é comédia com suas diferentes “classificações” e o que é tragédia. Mas é possível um casamento perfeito entre dois gêneros tão distintos?

Basicamente, a Tragicomédia é um drama onde se associam elementos trágicos e cômicos. Como era de se imaginar, é a mistura do trágico com o cômico.

Segundo o dicionário Aurélio, trata-se de uma peça teatral que participa da tragédia pelo assunto e personagens, e da comédia pelos incidentes e desenlace.

Originalmente, significava a mistura do real com o imaginário. A tomada da vida cotidiana e absurda com um toque especial de comédia, de forma a descontrair; deixando-a verdadeira e engraçada. Usam-se temas como violência, morte, roubos, dentre outros e a estes é dado o humor.

Hoje em dia, é utilizado com freqüência em peças teatrais e filmes.

Respondendo assim a pergunta feita no início: Sim, é possível e perfeitamente! A tragicomédia é um ponto forte no qual o teatro conquista grande sucesso e expansão.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

GÊNEROS - Commedia Dell’Arte

Uma forma de teatro popular improvisado, datado do séc. XV na Itália e desenvolvido posteriormente na França mantendo-se popular até o séc. XVIII. Alguns atores se reuniram e resolveram tomar conta da cena, sem depender dos autores, como uma reação ao teatro literário que já não chamava a atenção do público.

A Commedia Dell’Arte retomou a pantomima, o ridículo e a vulgaridade que as comédias primitivas gregas apresentavam após as tragédias ainda no Império Romano. A diferença estava nos trajes carnavalescos, nos temas abordados, na alegria e na euforia. Pode ser considerada o ponto de partida das diferentes e posteriores formas de teatro do povo que culminaram no drama Shakespeariano.

As companhias itinerantes realizavam suas apresentações pelas ruas e praças públicas em carroças ou pequenos palcos improvisados. A primeira companhia de que se tem conhecimento é a “I Gelosi” (Os Ciumentos), dos irmãos Andreni. Foi fundada em 1545 por atores de Pádua sendo os primeiros a conseguir viver exclusivamente da sua arte. Angelo Beolco (1502-1542) é considerado um percussor da Commedia Dell’Arte por ser autor dos primeiros documentos literários onde as personagens eram tipificados.

Commedia Dell’Arte conquistou as classes sociais mais elevadas levando as melhores companhias (Gelosi, Confidenti, Fedeli) da rua para o palácio, permitindo que a arte cruzasse fronteiras viajando por toda a Europa a partir de 1570. Mais tarde, dramaturgos como Ben Jonson, Molière, Maviraux e Gozzi vão inspirar-se nas personagens estereotipadas.

Opõe-se à “Comédia Erudita”, sendo chamada de “Commedia All’improviso” e “Commedia a Soggetto”. Embora os intérpretes devessem seguir os achados cômicos (lazzi) e respeitar os roteiros básicos (canovacci), havia extrema liberdade de variações. Assim, era válida a idéia de que os diálogos se conjugassem de acordo com a fantasia do momento.

Os personagens eram interpretados por atores versáteis que cantavam, dançavam, representavam, faziam malabarismos e etc., usando máscaras, embora os innamorati (ou enamorados) não as usassem. Os personagens eram fixos, fazendo com que muitos atores tenham vivido exclusivamente um determinado papel por toda a vida.

As apresentações improvisadas tratavam situações convencionais como o adultério, o ciúme, a velhice e o amor. Diálogos e ações poderiam facilmente ser atualizados e ajustados para satirizar escândalos locais, eventos atuais, ou manias regionais, com piadas e bordões.

O comportamento dos personagens formam um padrão: o amoroso, o velho ingênuo, o soldado, o fanfarrão, o pedante, o criado astuto... Briguela, Isabela, Pierrot, Colombina, Arlequim, o Capitão Matamoros e Pantaleone são personagens que esta arte eternizou. Importante na caracterização de cada personagem era o vestuário, e em especial as máscaras.

As máscaras utilizadas deixavam a parte inferior do rosto descoberto, permitindo uma dicção perfeita, facilitava a respiração e proporcionavam o reconhecimento imediato da personagem pelo público.


As personagens são divididas em três categorias: os enamorados ou innamorati (amantes que querem se casar), os velhos ou vecchi (representam os de classe social mais abastada) e os criados ou zannis (de classe social mais baixa).

Entre os zannis o mais popular é, sem dúvida, o empregado trapalhão, ágil e malandro, Arlequim ou Arlecchino. Pode ser facilmente reconhecido pela roupa com estampa em forma de diamantes. Sua máscara possui uma testa baixa com uma verruga. Geralmente, é servo de Pantaleone, outras de Dottore.

Colombina, também uma zanni, é a contrapartida feminina de Arlequim. Usualmente retratada como inteligente e habilidosa. Uma das personagens mais emblemáticas da Commedia Dell’Arte, cuja mãe e pai são desconhecidos.

Pierrot, Pedro ou Pedrolino é o servo fiel. Ele é forte, confiável, honesto e devotado. Usa roupas brancas folgadas e um lenço no pescoço.

Briguela é o empregado correto e fiel, porém cínico e astuto. Retratado como agressivo dissimulado e egoísta.

Pantaleone ou Pantaleão, um velho fidalgo, avarento e eternamente enganado. Possui um cavanhaque branco e um manto negro sobre o casaco vermelho característicos.

Capitano ou Capitão é um covarde que conta suas proezas de amor e batalhas acabando sempre por ser desmentido. Capa e espada são adereços obrigatórios.

Dottore é o mais velho e rico dos vecchi e transmite a falsa impressão de homem intelectual. Geralmente é interpretado como pedante avarento e sem sucesso com mulheres. Usa uma toga preta com gola branca, capuz preto apertado sob um chapéu preto com as abas largas viradas para cima.

O innamorato e a innamorata têm muitos nomes. Isabella é o nome mais popular da innamorata. São jovens, virtuosos e perdidamente apaixonados um pelo outro. Possuem as roupas mais belas e não utilizam máscara.

Pulcinella, também conhecido como Punch. É o esquisito, inspirador de pena, vulnerável e geralmente desfigurado. Muitas vezes, com uma corcunda e um nariz grande e curvo.

Scaramuccia ou Scaramouche é um pilantra, um bufão, retratado como contador de mentiras covarde.  Usa máscara, roupas e chapéu de veludo negro.

Polichinelo é um bufão. Ridículo, sem traquejo e ingênuo.

Capitão Crocodilo, um oficial, comandante da companhia, do esquadrão. O chefe da tropa.

Francatripa (franco+tripa) é um boneco movido por cordas de tripa e arames; fantoche.