quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Dia 16 de Agosto de 2013 – Parte IV

Elemento Água: Oxum.

Caracterização de Oxum no primeiro plano, Oparà; em segundo Ypondá. No candomblé do Ide Ase Ijino Ilu Orossi

Oxum, na religião yoruba, é uma orixá que reina sobre a água doce dos rios, o amor, a intimidade, a beleza, a riqueza e a diplomacia. Também é um orixá do candomblé. Oxum é dona do ouro e da nação ijexá. Tem o título de Ìyálòdè entre os orixás.

África
Osun, Oshun, Ochun ou Oxum, na Mitologia Yoruba, é um orixá feminino. O seu nome deriva do Rio Osun, que corre na Iorubalândia, região nigeriana de ijexá e Ijebu. Identificada no jogo do merindilogun pelos odu ejioko e Ôxê, é representada pelo candomblé, material e imaterialmente, por meio do assentamento sagrado denominado igba oxum.
É tida como um único Orixá que tomaria o nome de acordo com a cidade por onde corre o rio, ou que seriam dezesseis e o nome se relacionaria a uma profundidade desse rio. As mais velhas ou mais antigas são encontradas nos locais mais profundos (Ibu), enquanto as mais jovens e guerreiras respondem pelos locais mais rasos. Ex: Osun Osogbo, Osun Opara ou Apara, Yeye Iponda, Yeye Kare, Yeye Ipetu, etc.
Em sua obra “Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns”, Pierre Vergel escreve que os tesouros de Oxum são guardados no palácio do rei Ataojá. O templo situa-se em frente e contem uma série de estátuas esculpidas em madeira, representando diversos Orixás: “Osun Osogbo, que tem as orelhas grandes para melhor ouvir os pedidos, e grandes olhos, para tudo ver. Ela carrega uma espada para defender seu povo.”
O Festival de Osun é realizado anualmente na cidade de Osogbo, na Nigéria.
O Bosque Sagrado de Osun-Osogbo, onde se encontra o Templo de Osun, é Patrimonio Mundial da UNESCO desde 2005.



Grande desavença
Oxum, Iansã e Obá eram esposas de Xangô. Muitos dizem que Oxum enganou Obá e a induziu a cortar a orelha e colocá-la no amalá de Xangô, criando, com isso, uma grande desavença entre ambas. Mas, pensa-se que Obá apenas cortou sua orelha para provar seu amor a Xangô. Muitos difundiram este mito porque Oxum é a orixá da beleza e da juventude, ao passo que Obá tem mais idade e protege as mulheres dignas, idosas e necessitadas, alem de trabalhar com Nanã.

Quem afirmar que há uma desavença entre Oxum e Obá e que esta é a menos amada por Xangô está totalmente enganado, porque Obá é aquela mulher que fica ao lado do marido e que mais recebe o amor dele. Quanto ao fato de algumas qualidades lutarem entre si, não é por causa da “desavença”, que nem é verdadeira, e sim porque as qualidades fazem uma representação de conflitos e guerras do tempo em que tais qualidades estavam na Terra. Do mesmo jeito que, se houver uma qualidade de Iansã que, quando viveu na Terra, teve uma guerra com Ogum, quando ambos incorporarem, representarão uma luta entre si, para mostrar que possuíam certa desavença, e um pouco da história do mundo. Vale lembrar que estamos falando do OXIRÁS Obá e Oxum, e não de suas qualidades (caminhos).
Os orixás tiveram uma história aqui na Terra, e as qualidades, outras. Então, se Iansã tiver um conflito com Ogum, não podemos dizer que a Iansã (Orixá) tem conflito com o Ogum (Orixá), porque quem tem a desavença são suas qualidades, e não os orixás entre si.

Brasil
Oxum é um orixá feminino da nação Ijexá, adotada e cultuada em todas as religiões afro-brasileiras. É o orixá das águas doces dos rios e cachoeiras, da riqueza, do amor, da prosperidade e da beleza. Em Oxum, os fiéis buscam auxílio para a solução de problemas no amor, uma vez que ela é a responsável pelas uniões, e também na vida financeira, a que se deve sua denominação de “Senhora do Ouro”, que outrora era do Cobre, por ser o metal mais valioso da época.
Na natureza, o culto a Oxum costuma ser realizado nos rios e nas cachoeiras e, mais raramente, próximo às fontes de água minerais. Oxum é símbolo da sensibilidade e muitas vezes derrama lágrimas ao incorporar em alguém, característica que se transfere a seus filhos, identificados por corões.
Candomblé Bantu – a Nkisi Ndandalunda, Senhora da fertilidade e da lua, muito confundida com Hongolo e Kisimbi, tem semelhanças com Oxum.
Candomblé Ketu – Divindade das águas doces, Oxum é a padroeira da gestação e da fecundidade, recebendo as preces das mulheres que desejam ter filhos e protegendo-as durante a gravidez. Protege, também, as crianças pequenas até que comecem a falar, sendo carinhosamente chamada de Mamãe por seus devotos.

Arquétipo
Seus filhos e filhas são doces, sentimentais, agem mais com o coração do que com a razão e são muito chorões. Também são extremamente vaidosos e conquistadores, adoram o luxo, a vida social além de sempre estarem namorando.



Qualidades de Oxum
Kare – veste azul e dourado, cor do ouro. Usa um abebé e um ofá dourados.
Iyepòndàá ou Ipondá – é a mãe de Logunedé, orixá menino que compartilha dos seus axés. Ambos dançam ao som do ritmo ijexá, toque que recebe o nome de sua região de origem. Usa um abebé (espelho de metal) nas mãos, uma alfange (adaga), por ser guerreira, e um ofá (arco e flecha) dourado, por sua ligação com Oxóssi. É uma das mais jovens.
Yeyeòkè
Iya Ominíbú
Iya Omérìn
Ajagura
Ijímú
Ipetú – YEYE IPETU é uma Oxun de culto muito antigo, no interior da floresta, na nascente dos rios, ligada a Ossaiyn e principalmente a Oyá dada a sua ligação com Egun.
Èwuji
Abòtò
Ibola
Gama (Vodun feminino da mesma energia de Sakpatá, incorporado ao culto Yorubá através de sua concernente Oxum).
Oxum Opará ou Apará – qualidade de Oxum, em que usa um abebé e um alfange (adaga) ou espada. Caminha com Oyá Onira, comquem muitas vezes é confundida. Diferente das outras Oxuns por ter enredo com muitos Orixás, vem acompanhada de Oyá e Ogum.

Sete folhas mais usadas para Oxum
Efirin
Eré tuntún
Macassá
Tetê
Ejá Omodé
Wuê mimolé
Ewê boyí funfun

Sincretismo
Nas religiões afro-brasileiras é sincretizada com diversas Nossas Senhoras. Na Bahia, ela é tida como Nossa senhora das Candeias ou Nossa Senhora dos Prazeres. No Sul do Brasil, é muitas vezes sincretizada com Nossa Senhora da Conceição, enquanto no Centro-Oeste e Sudeste é associada ora à denominação de Nossa Senhora, ora com Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Cuba


Na santeria cubana, é chamada Ochún. O sincretismo deste orixá se dá na santeria com Nossa Senhora da Caridade de Cobre, padroeira de Cuba.
Caminhos de Oshun no Lukumí:
Na tradição cubana Lukumí, Oxum tem muitos caminhos ou manifestações. Algumas delas incluem;
Oshun Ibu Ikole – Oxum, o abutre, falcão, águia, predadores. Esta Oxum está associada com bruxas (Ajé), e os seus símbolos são o abutre, o almofariz e o pilão (símbolo de feitiçaria). Em Cuba, seus mitos dizem que esta Oxum salvou o mundo, por voar as orações do mundo a morrer até o Sol (Orun), onde Olodumare vive, no entanto, na África Ocidental este mito é atribuído a Yemoja.
Oshun Ibu Anya – Oxum dos tambores (Druns). Esta Oxum é a padroeira da dança e dos tambores Anya. Ela diz para dançar incessantemente para esquecer seus problemas.
Oshun Ibu Yumu – esta Oxum, é a mais velha Oxum. Ela se senta no fundo do rio, tricotando.
Oshun Ibu D’Oko - Oxum, a esposa de Orixá Oko. Esta Oxum é retratada como um sulco para ser arado e uma vulva gigante, enquanto seu marido Orixá Oko é um fazendeiro e retratado como um falo gigante. Esta é uma das manifestações mais obviamente procriativa de Oxum.
Oshun Ololodi – Oxum, a adivinha. Esta Oxum é a esposa de Orunmila, o orixá da adivinhação Ifa.
Oshun Ibu Akuaro – Oxum, a codorna. As crianças desta manifestação de oxum são consideradas pessoas muito nervosas.

Haiti
No Haiti, oxum é a orixá do amor, do dinheiro e da felicidade. Também conhecida como Erzile ou Erzulie, Erzulie Freda no Dahomey.

Filhos de Oxum
Betty Lago – Atriz
Cláudio Fontana – Ator
Dado Villa-Lobos – Ex-guitarrista da banda Legião Urbana
Dalton Vigh – Ator
Dira Paes – Atriz
Fafá de Belém – Cantora
Galvão Bueno – Narrador
Gilberto Gil – Cantor
Grazi Massafera – Atriz
João Carlos Martins – Maestro
Marcos – Ex-goleiro
Maria Adelaide Amaral – Dramaturga
Pedro Paulo Rangel – Ator
Samuel Rosa – Cantor
Serginho Groisman – Apresentador
Sérgio Reis – Cantor
Tonico Pereira – Ator
Toquinho – Cantor

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Dia 16 de Agosto de 2013 - Parte III

Elemento Água: Iemanjá.

Representação popular de Iemanjá no Candomblé e Umbanda

Yemanjá ou Iemanjá é um orixá africano, cujo nome dereiva da expressão yorubá Yéyé Omo ejá (“Mãe cujos filhos são peixes”), identificada no jogo do merindilogun pelos obus ejibe e ossá. É representado no candomblé através do assentamento sagrado denomindao igba yemanja.

África
Na mitologia yorubá, o dono do mar é Olokun, que é pai de Iemanjá, sendo ambos de origem Egbá. Yemojá é saudada como Odò (rio) ìyá (mãe) pelo povo Egbá, por sua ligação com Olokun, orixá do mar (masculino no Benim e feminino em Ifé), referida como sendo a “rainha do mar” em outros países. É cultuada no rio Ógún, em Abeokuta.

História
Pierre Verger, no livro Dieux d’Afrique, registrou: “Iemajá é o orixá das águas doces e salgadas dos Egbá, uma nação yorubá estabelecida outrora na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. As gerras entre nações yorubás levaram os Egbá a emigrar na direção oeste, para Abeokuta, no início do século XIX. Não lhes foi possível levar o rio, mas transportaram consigo os objetos sagrados, suportes do axé da divindade. O rio Ògùn, que atravessa a região, tornou-se, a partir de então, a nova morada de Iemanjá. Este rio Ògùn não deve, entretanto, ser confundido com Ògún (ogum), o orixá do ferro e dos ferreiros.”

Brasil
No Brasil, a orixá goza de grande popularidade entre os seguidores de religiões afro-brasileiras e até por membros de religiões distintas.
Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de Fevereiro, a maior festa do país em homenagem à “Rainha do Mar”. A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em procissão até o templo-mor, localizado próximo à foz do rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas, tais como espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte de agrados. Todavia, na cidade de São Gonçalo, os festejos acontecem no dia 10 de Fevereiro.
Outra festa importante dedicada a Iemanjá ocorre durante a passagem de ano no Rio de Janeiro. Milhares de pessoas comparecem e depositam, no mar, oferendas para a divindade. A celebração também inclui o tradicional “banho de pipoca” e as sete ondas que os fiéis, ou até mesmo seguidores de outras religiões, pulam como forma de pedir sorte è orixá.
Na umbanda, é considerada a divindade do mar.
“Iemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta.” – Jorge Amado.
No ano de 2008, dia 2 de Fevereiro, a Festa de Iemanjá do Rio Vermelho, na Bahia, coincidiu com o carnaval. Os desfiles de trios elétricos foram desviados da região até o fim da tarde, para que as duas festas acontecessem ao mesmo tempo.


Antecedendo o réveillon de 2008, devotos da Orixá das águas, estiveram nesse momento, com suas preces dirigidas a um arranha-céus, em forma de um monólito negro, na Praia do leme, em Copacabana, onde era costume, no último minuto do ano, surgir uma cascata de fogo, no topo desse monólito, iluminando o entorno bem como as oferendas.
Todo réveillon, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, milhares de pessoas se reúnem para cantar e presentear Iemanjá, jogando presentes e rosas no mar.
Além da grande diversidade de nomes africanos pelos quais Iemanjá é conhecida, a forma portuguesa Janaína também é utilizada, embora em raras ocasiões. A alcunha, criada durante a escravidão, foi a maneira mais branda de “sincretismo” encontrada pelo negro para a perpetuação de seus cultos tradicionais sem a intervenção de seus senhores, que consideravam inadimissíveis tais “manifestações pagãs” em suas propriedades. Embora tal invocação tenha caído em desuso, várias composições de autoria popular foram realizadas de forma a saudar a “Janaína do Mar” e como canções litúrgicas.
Pela primeira vez, em 2 de Fevereiro de 2010, uma escultura de uma sereia negra, criada pelo artista plástico Washington Santana, foi escolhida para representação de Iemanjá no grande e tradicional presente da festa do Rio Vermelho, em Salvador, na Bahia, no Brasil, em homenagem à África e à religião afrodescendente.

Arquétipo
Seus filhos e filhas são serenos, maternais, sinceros e ajudam a todos sem exceção. Gostam muito de ordem, hierarquia e disciplina. São ingênuos e calmos até demais, mas, quando se enfurecem, são como as ondas do mar, que batem sem saber onde vão parar. São vaidosos mais com os cabelos. Suas filhas sabem seduzir e encantar com a beleza e mistérios de uma sereia. Geralmente, as filhas de Iemanjá têm dificuldade em ter filhos, pois já são mães de coração de todos.

Qualidades
Yemowô – que, na África, é mulher de Oxalá;
Iyamassê – é a mãe de Sàngó;
Yewa – rio africano paralelo ao rio Ògún e que frequentemente é confundido em algumas lendas com Yemanjá;
Olossa – lagoa africana na qual deságuam os rios Yewa e Ògún;
Iemanjá Ogunté – que casa com Ógún Alagbedé;
Iemanjá Asèssu – muito voluntariosa e respeitável;
Iemanjá Saba ou Assabá – esta sempre fiando algodão é a mais velha;
Dia: Sexta-feira.
Data: 2 de Fevereiro
Metal: Prata e prateados.
Cor: Azul no Candomblé e Branco na Umbanda.
Comida: Manjar branco, acaçá, peixe de água salgada, bolo de arroz, ebôya, ebô e vários tipos de furá, melancia, cocada branca.
Arquétipo dos seus filhos: Voluntarioso, fortes, rigorosos, protetores, caridosos, solidários em extremo, ingênuos, amigo, tímido, vaidosos com os cabelos principalmente, altivos, temperamentais, algumas vezes impetuosos e dominadores e tem um certo medo do mar.
Símbolo: Abadé prateado, alfange, agadá, obé, peixe, couraça, adê, braceletes e pulseiras.

Sincretismo


Existe um sincretismo entre as santas católicas: Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora da Glória, e a Orixá da Mitologia Africana Iemanjá. Em alguns momentos, inclusive festas em homenagem as duas se fundem. No Brasil, tanto Nossa Senhora dos Navegantes como Iemanjá tem sua data festiva no dia 2 de Fevereiro. Costuma-se festejar o dia que lhe é dedicado, com uma grande procissão fluvial.
Uma das maiores festas ocorre em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, devido ao sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes. No mesmo estado, em Pelotas a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes vai até o Porto de Pelotas. Antes do encerramento da festividade católica acontece um dos momentos mais marcantes da festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Pelotas, que em 2008 chegou à 77ª edição. As embarcações param e são recebidas por umbandistas que carregam a imagem de Iemanjá, proporcionando um encontro ecumênico assistido da orla por várias pessoas.
No dia 8 de Dezembro, outra festa é realizada à beira mar baiana: a Festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Esse dia, 8 de Dezembro, é dedicado à padroeira da Bahia, Nossa senhora da Conceição da Praia, sendo feriado municipal em Salvador. Também nesta data é realizado, na Pedra Furada, no monte Serrat em Salvador, o presente de Iemanjá, uma manifestação popular que tem origem na devoção dos pescadores locais à Rainha do Mar – também conhecida como Janaína.
Na capital da Paraíba, a cidade de João Pessoa, o feriado municipal consagrado a Nossa Senhora da Conceição, 8 de Dezembro, é o dia de tradicional festa em homenagem a Iemanjá. Todos os anos, na Praia de Tambaú, instala-se um palco circular cercado de bandeiras e fitas azuis e brancas ao redor do qual se aglomeram fiéis oriundos de várias partes do Estado e curiosos para assistir ao desfile dos orixás e, principalmente, da homenageada. Pela praia, encontram-se burados com velas acesas, flores e presentes. Em 2008, segundo os organizadores da festa, 100 mil pessoas compareceram ao local.

Festa do Rio Vermelho

A tradicional Festa de Iemanjá na cidade de Salvador, capital da Bahia, tem lugar na praia do Rio Vermelho todo dia 2 de Fevereiro. Na mesma data, Iemanjá também é cultuada em diversas outras praias brasileiras, onde lhe são oferecidas velas e flores, lançadas ao mar em pequenos barcos artesanais.
A festa católica acontece na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na Cidade Baixa, enquanto os terreiros de candomblé e umbanda fazem divisões cercadas com cordas, fitas e flores nas praias, delimitando espaço para as casa de santos que realizarão seus trabalhos na areia.
Em porto Alegre a Festa de Nossa senhora dos Navegantes é a maior festa religiosa da cidade brasileira do sul do Brasil, e homenageia Nossa Senhora dos Navegantes e seu sincretismo afro-brasileiro. É realizada no dia 2 de Fevereiro de cada ano desde 1870. Originalmente constava de uma procissão fluvial, com embarcações que singravam o Lago Guaíba desde o cais do porto, levando a imagem da santa do centro da cidade até a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes. Hoje, por determinação impeditiva da Capitania dos Portos, a procissão é terrestre, levando a imagem desde a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no centro da cidade, até a Igreja de Nossa senhora dos Navegantes. Os organizadores da festa consideram que esta é a segunda maior romaria religiosa do País, ficando atrás apenas do Círio de Nazaré realizada em Belém do Pará. Com uma grande participação popular tanto na realização da festa, como nas comemorações.

Cuba
Em Cuba, Yemanyá também possui as cores azul e branca, é uma rainha do mar negra, assume o nome cristão de La Virgen de la Regla e faz parte da santeria como santa padroeira dos portos de Havana.
Lydia Cabrera fala em sete nomes igualmente, especificando que apenas uma Iemanjá existe, à qual se chega por sete caminhos. Seu nome indica o lugar onde ela se encontra.

Curiosidade

Iemanjá é citada logo no inicio da peça, O bem-amado de Dias Gomes, como nome de Janaína.
“...DERMEVAL indicando o defunto: Mestre Leonel?
MESTRE AMBRÓSIO: É. Embarcou, coitado.
DERMEVAL dirige-se a venda: No mar?
MESTRE AMBRÓSIO: Qui-o-quê. Janaína quis saber dele não. Esticou em terra mesmo...
O bem-amado, Dias Gomes, Primeiro Quadro

Filhos de Iemanjá
Alexandre Borges – Ator
Aracy Balabanian – Atriz
Cacá Rosset – Ator
Débora Falabella – Atriz
Édson Celulari – Ator
Gabriel o pensador – Cantor
José Serra – Político
Juca de Oliveira – Ator
Letícia Sabatella – Atriz
Marcos Caruso – Ator
Marjorie Estiano – Atriz
Natália do Valle – Atriz
Paulo José – Ator
Regina Casé – Apresentadora
Tetê Espíndola – Cantora
Thiaguinho – Cantor
Tom Cavalcante – Humorista
Zico – Ex-jogador de futebol

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Dia 16 de Agosto de 2013 - Parte II

Elemento Fogo: Iansã.

Iansã

Iansã, ou Oyá, é um orixá cija figura, no Brasil, é sincretizada com Santa Bárbara, católica.
Oyá a deusa do Rio Niger, é representada com um alfange e uma cauda de animal nas mãos, e com um chifre de búfalo na cintura.
Na mitologia iorubá, Xangô casou-se com três de suas irmãs, deusas de rios: Oyá, Oxum, deusa do rio Osun e Obá, deusa do rio Obá.
Na lenda proveniente do candomblé, Iansã foi mulher de Ogum e depois de Xangô, seu verdadeiro amor. Xangô roubou-a de Ogum.
O nome Iansã é um título que Oyá recebeu de Xangô. Esse título faz referencia ao entardecer, Iansã pode ser traduzido como a mãe do céu rosado ou a mãe do entardecer. Ao contrário do que muitos pensam Iansã não quer dizer a mãe dos nove. Xngô a chamava de Iansã pois dizia que Oyá era radiante como o entardecer ou como o céu rosado e é por isso que a rosa é sua cor por excelência.
Na liturgia da umbanda, Iansã é senhora dos eguns, os espíritos dos mortos, menos cultuados no Candomblé.
Na umbanda a guia de Iansã é de cor laranja (coral) e no candomblé é vermelha. No candomblé também é chamada de Oyá. Seu dia da semana é quarta-feira e sua saudação é Eparrei.

Mitologia Iorubá

Obatalá, deus dos céus, e Odudua, deusa da terra se casaram, e tiveram dois filhos: Aganju e Iemanjá. Aganju e iemanjá se casaram, e tiveram um filho, Orungan. Orungan se apaixonou pela própria mãe e, aproveitando a ausência do pai, a violentou. Desta união nasceram quinze orixás ou santos, entre os quais Xangô e Oyá.

Curiosidade
Iansã é citada no texto de Dias Gomes, O pagador de promessas.

Sinopse
Zé do Burro é um homem humilde que enfrenta a intransigência da Igreja ao tentar cumprir a promessa feita em um terreiro de candomblé de carregar uma pesada cruz por um longo percurso.
Zé do Burro é o dono de um pequeno pedaço de terra no Nordeste do Brasil. Seu melhor amigo é um burro. Quando este adoece, Zé faz uma promessa à uma mãe de santo do candomblé: se seu burro se recuperar, promete dividir sua terra igualmente entre os mais pobres e carregar uma cruz desde sua terra até a Igreja de Santa Bárbara em Salvador, onde a oferecerá ao padre local. Assim que seu burro se recupera, Zé dá início à sua jornada.

O filme se inicia com Zé, seguindo fielmente pela esposa Rosa, chegando à catedral de madrugada. O padre local recusa a cruz de Zé após ouvir dele a razão pela qual a carregou e as circunstancias “pagãs” em que a promessa foi feita. Todos em Salvador tentam se aproveitar do inocente e ingênuo Zé. Os praticantes de candomblé querem usá-lo como líder contra a discriminação que sofrem da Igreja Católica, os jornais sensacionalistas transformam sua promessa de dar a terra aos pobres em grito pela reforma agrária. A polícia é chamada para prevenir a entrada de Zé na Igreja, e ele acaba assassinado em um confronto violento entre policiais e manifestantes a seu favor. Na última cena do filme e da peça, os manifestantes colocam o corpo morto de Zé em cima da cruz e entram à força na catedral.
PADRE secamente, contando ainda a sua indignação: Adiante.
ZÉ: Foi então que comadre Miúda me lembrou: por que eu não ia no candomblé da Maria de Iansan?
PADRE: Candomblé?!
ZÉ: Sim, é um candomblé que tem duas léguas adiante da minha roça. (Com a conciência de quem cometeu uma falha, mas não muito grave) Eu sei que seu vigário vai ralhar comigo. Eu também nunca fui muito de frequentar terreiro de candomblé. Mas o pobre Nicolau estava morrendo. Não custava tentar. Se não fizesse bem, mal não fazia. E eu fui. Contei pra Mãe-de-santo o meu caso. Ela disse que era mesmo com Iansan, dona doa raios e das trovoadas. Iansan tinha ferido Nicolau... pra ela eu devia fazer uma obrigação, quer dizer: uma promessa. Mas tinha que ser uma promessa bem grande, porque Iansan, que tinha ferido Nicolau com um raio, não ia voltar atrás por qualquer bobagem. E eu lebrei então que Iansan é Santa Bárbara e prometi que se Nicolau ficasse bom eu carregava uma cruz de madeira de minha roça até a igreja dela, no dia de sua festa, uma cruz tão pesada como a de Cristo.
PADRE como se anotasse as palavras: Tão pesada como a de Cristo. O senhor prometeu isso a...
ZÉ: A Santa Bárbara.
PADRE: A Iansan!
ZÉ: É a mesma coisa...
PADRE grita: Não é a mesma coisa! (Controla-se) Mas continue...”

Filhos de Iansã
Alessandra Negrini - Atriz
Ana Carolina - Cantora
Carolina Diekmann - Atriz
Fernanda Torres - Atriz
Glória Pires - Atriz
Leandra Leal - Atriz
Luana Piovani - Atriz
Luciano Huck - Apresentador
Paulo Coelho - Escritor
Ronaldo, o femomeno - Ex-jogador de futebol
Sandra de Sá - Cantora
Susana Vieira - Atriz
Thiago Rodrigues - Ator
Tony Ramos - Ator
Wolf Maya - Diretor de telenovela

domingo, 25 de agosto de 2013

Dia 16 de Agosto de 2013 - Parte I

Elemento Fogo: Xangô.

Acentos de Xangô o Obacandomblé
Xangô, Shango ou Sango, é Orixá, de origem yorubá. Seu mito conta que foi Rei da cidade de Oyo, identificado no jogo do merindilogun pelos odu obará, ejilaxebora e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba xango.
Pierre Verger dá como resultado de suas pesquisas que: Shango ou Xangô, como todos os outros imole (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.

África
Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro aláàfìn Òyó, “Rei de Oyo”, filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapas, aquele que bavia firmado uma aliança com Oranian.
Xangô, no seu aspecto divino, permenece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yemanjá como mãe e três divindades como esposa: Oyá, Oxum e Obá.
Xangô orixá dos raios, trovoes, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de Xangô. Xangô é o Orixá de Poder, ele é a representação máxima do poder de Olorum.
Sacerdote de Santo – Magba
Sacerdote de Santo – Iya Magbá
Atabaque de santo – Ilu bata
Toque favorito – Alujá
Fruto favorito – Orogbo
Bichos – Akunko, Agutan, Ajapá
Comida – Amalá
Foi ele quem criou o culto de Egungunm sendo ele o único Orixá que exerce poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve falar noa Egbós de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblé, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.

Itan
Xangô criados de Culto a Egungun
Xangô é o fundador do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itã:
“Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos estíritos. As Iyámis ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi ai que as Iyámis Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyani filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia matado sua filha, Xangô quis saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá.
Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para si o controle absoluto dos mistérios de Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorun, Xangô, Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais”.


Brasil
Xangô foi o quarto rei lendário e Oyo (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são o fogo, o Sol, os raios, as tempestades e os trovões. Filhos de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes. Xangô é o Orixá do Poder, ele é a representação máxima do poder de Olorun.
Enquanto Oxossi é considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado rei de todo povo yorubá. Orixá do fogo, dos raios e das tempesdades, Xangô foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, muitos Orixás possuem relações com os Egunguns mas, ele PE o único Orixá que, verdadeiramente, exerce poder sobre os mortos, Egungun. Xangô é a roupa da morte, Axó Iku, por este motivo não deve faltar nos Egbós de Ikù e Egun, o vermelho lhe pertence.
Ao se manifestar não Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.
Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido e, ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo.
Filho de Yamasse (Torosi) e de Oraniâ, foi o regente mais poderoso do povo yorubá. ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais apresenta, o pilão e a gamela; o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representa a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (Egungun). Da natureza, ele consegue profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessário. Tem também uma fote ligação com Oxumaré, considerado por ele como fiel escudeiro.
Xangô é cultuado no Brasil, sob 12 (doze) qualidades. Vale salientar, que muitos seguem cegamente as ditas qualidades de Xangô da Bahia, e não é bem assim, por exemplo, Airá é outro Orixá que não se dá com Xangô. Reza a lenda que Airá era muito próximo de Xangô, e quando Oxalufã, em visita ao reino de Xangô, foi erroneamente confundido com um ladrão, teve suas pernas quebradas e foi preso. Uma vez Xangô percebendo o engano, mandou que o tirassem da prisão, o limpassem e dessem a ele vestimentas condizentes com a grandiosidade de Oxalufã, porém Oxalufã estava viajando e teria ainda outros lugares para ir. Por ser muito velho e agora com as pernas tendo sido quebradas, a locomoção havia sido afetada, fazendo que Oxalufã andasse curvo e muito vagarosamente. Xangô então mandou que Airá levasse Oxalufã nas costas até a próxima cidade. Airá, percebendo ali sua grande oportunidade, durante o caminho se voltou contra Xangô, falando a Oxalufã que Xangô sabia que ele estava preso, acabando por ganhar a confiança de Oxalufã, que o tomou para si; razão pela qual Airá usa branco, mas nao é um fum-fum. Xangô que não suporta traição se irritou com a atitude de Airá cortando relações com ele, desde então eles jamais devem ser cultuados juntos ou mantidos na mesma casa.


As qualidades de Xangô
As qualidades de Xangô são estas:
Afonjá - Afonjá, o Balé (Governante) da cidade de Ilorin. Afonjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder de exército de império. Segundo a história de Oió, no início do século dezenove, Oió era governada pelo rei Aolé, ele possuia aliados que eram espécies de Generais, que lhe davam todo o tipo de apoio mantendo assim o poder absoluto sobre o Reino Iorubá e os reinos anexados. Mas um dia um desses generais resolveu se rebelar contra Oió e se unir com os inimigos, esse general se chamava Afonjá que era conhecido como Kakanfo de Ilorin. Declarou-se independente de Oió. Com isso o Rei de oió Aolé se envenenou para não ver o desmembramento do Império. Afonjá traíu o Império Iorubá, mas quando os rebeldes assumiram o poder afonjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que se um homem tríu seu rei ele voltaria a trair tantos outros.
Obá Kosso - Titulo que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kossô nos arredores de Oió, tornando-se seu Rei. Titulo dado também a Aganju, irmão gêmio de Xangô quando de sua chagada em Oió foi aclamado como rei Não se Enforcou, Obá Kô Sô.
Obá lubê - Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser traduzido como Senhor Abastado.
Obá Irù ou Barù - Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o culto de Egungun, é aclamado como a forma humana de Deus primordial Jakutá sobre a terra, senhor dos raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destroir a capital do Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se suicida, adentrando na terra.
Obá Ajakà - Também intitulado Bayaniym "O pai me escolheu", que faz referencia a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
Obá Aganjù - Aganju representa tudo que é explosivo, que nao tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.
Obá Orungã - Filho de Aganju Solá e Iemanjá, Orungan é dono da atmosfera é o ar que respiramos, dono da camada que protege a Terra.
Obá Ogodô - Muito falado também, é apenas o que se diz sobre Xangô, pois Ogodô é o verbo bocejar. Então, quando esta trovejando, oq eu se diz é que Xangô está bocejando. Dai Xangô Ogodô, é apenas um título de Xangô.
Jukutà ou Djakutà - Jakutá, é a representação de justiça e da ira de Olorun, míticamente Xangô foi iniciado para este Orixá sendo considerado como a forma divina primordial do mesmo. Ele foi enviado em sua forma divina por Olorun para estabelecer a ordem e submeter Oduduá e Oxalá aos planos da criação durante um momento de conflito entre as divindades. É o próprio Xangô.
Obá Arainã - Oroinã e Oraniã - Personificação do fogo, o magma do centro da terra é o pai de Xangô e de Aganju em forma humana.
Olookê - Orixá dono das montanhas, em algumas lendas é um dos filhos de Oraniã, foi casado com Yemanjá.

Elementos do culto
Saudação:  Kawó-Kabiesilé Saudação é a forma com que os Orixás são reverenciados;
Cores: Vermelho e Branco ou Vermelho e Marrom ou Marrom e Preto ou Marrom e Branco ou somente Marrom ou Vermelho. as cores representam os Orixás, e podem variar segundo a linha religiosa;
Dia da Semana: Quarta-feira;
Elementos: Fogo, Vulcões, Tempestades, Sol, Trovões, Terremotos, Raios, criador do Culto de Egungun, senhor dos mortos, desertos e formações rochosas;
Elemento Livro: Os livros representam Xangô porque este orixá está ligado as questões da razão, do conhecimento e do intelecto. Bem como a Justiça e o Direito;
Ferramente: Oxê, machado duplo de dois cortes laterais feito e esculpido em madeira ou metal;
Pedra: Meteorito;
Domínios: Justiça, Poder Estatal, Questões Jurídicas, Pedreiras;
Oferendas: amalá, cágado, carneiro, e algumas vezes cabrito. Gosta de Orobô, mas recusa Obi (noz de cola), ao contrario dos demais Orixás;
Dança: Alujá, a roda de Xangô. São vários toques que falam de suas conquistas, seus feitos, suas mulheres e seu poder e domínio como Orixá;
Animais associados a Xangô: Tartaruga, Falcão, Águia, Carneiro e Leão.


Cuba

Changó (em português, Xangô) é uma das deidades da religião yorubá. Na Santeria sincretiza com Santo António.

Resumo
Changó é um dos mais populares Orishas do panteão Yorubá. É considerado Orisha dos trovões, dos raios, da justiça, da virilidade, da dança e do fogo. Foi em seu tempo um rei tirano, guerreiro e bruxo, quem por equívoco destruiu sua casa e a sua esposa e filhos e logo se converteu em Orisha.
Orisha da justiça, da dança, da força viril, dos trovões, dos raios e do fogo, dono dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés, da festa e da música; representa a necessidade e a alegria de viver, a intensidade da vida, a beleza masculina, a paixão, a inteligência e as riquezas.

O Orisha
Changó é chamado Yakutá (o lançador de pedra) e Obakosso (rei de Kosso). Foi o quarto Rey de Oyo e também o primeiro awó, trocou o ashe (axé) da adivinhação com Orunmila pelo da dança, é dono também dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés.

Família
Foi esposo de Obbá, Oyá y Oshún. Foi filho de Obbatala e Aggayu Solá, mas em outros caminhos se registra como de Obbatalá Ibaíbo e Yembó ou de Obbatalá e Oddua, mas em todos os caminhos considera-se criado por Yemanya e Dadá. Irmão do último, Oggun, Osun, Eleggua e Oshosi.

Oferendas
As oferendas a Changó incluem amalá, feito a base de farinha e milho, leite e quimbombó (quiabo), banana verde, banana indio, otí (água ardente), vinho tinto, milho tostado, cevada, alpiste, etc. Imola-se carneiro, galos codornas, tartarugas, galinha de guiné, pombas, etc.

Pataki (Itan) de Changó
Furioso com os seus descendentes ao saber que Oggún havia querido ter relações com sua própria mãe, Obatalá ordenou executar a todos os varões. Quando nasceu Changó, Elegguá (seu irmão) levou-o escondido para sua irmã mais velha, Dadá, para que o criasse. Em pouco tempo nasceu Orula, o outro irmão, Elegguá, também temeroso da ira de Obatalá, o enterrou ao pé de uma árvore e lhe levava comida todos os dias. O tempo passou e um belo dia Obatalá caiu enfermo. Elegguá buscou rápido a Changó para que o curasse. Logo que o grande médico Changó curou seu pai, Elegguá aproveitou a ocasião para implorar de Obatalá o perdão de Orula. Obatalá cedeu e concedeu o perdão. Changó cheio de alegria cortou a árvore e dela entalhou um belo tabuleiro e junto com ele, deu a seu irmão Orunmila o dom da adivinhação. Desde então Orunmila diz: "Maferefum (benção) Elegguá, maferefum Changó, Elegbara". Também pela mesma razão a ékuele (moeda usada na Guiné Equatorial) de Orunmila leva na soldadura um fragmento do colas de Changó (branco e vermelho) por uma ponta. Desde então Orunmila é o adivinhador do futuro como interprete do oráculo de Ifá, dono do tabuleiro e conselheiro dos homens.

Curiosidade

Xangô é citado no livro "O Xangô de Baker Street" de Jô Soares. Na história Xangô vem a ser pai do famoso detetive inglês Sherlock Holmes.
"...Ao entrar na rua da Saúde, Holmes e Watson já escutavam ao longe o bater dos atabaques, anunciando a festa... ...Mukumbe estacou os cavalos à entrada do ilê. Os três atravessaram o terreiro onde os iniciados, saídos da camarinha, dançavam envergando os ricos paramentos de Xangô, Ogum, Iansã, Nanã, Iemanjá, Oxum, Oxóssi e Oxumaré... ... - Tu és filho de Xangô. - Pegou um guia colorica de contas marrons e brancas, e passou-a no pescoço de Holmes: - É para usar sempre essa guia, meu filho. Nunca te esqueças: Xangô é teu pai. Xangô é teu protetor..."
O Xangô de Baker Street, Jô Soares, Capitulo 20

Filhos de Xangô
Bath Faria - Atriz
Cauã Reymond - Ator
Dinho Ouro Preto - Cantor
Fausto Silva - Apresentador
Felipe Massa - Piloto de Formula 1
Herbert Vianna - Cantor
Kaká - Jogador de futebol
Lucélia Santos - Atriz
Lulu Santos - Cantor
Mariana Ximenes - Atriz
Raí - Ex-jogador de futebol
Rodrigo Hilbert - Ator
Roberto Justus - Empresário
Tiririca - Deputado