História da
Paixão
O
espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, na verdade, teve sua origem
nas encenações do Drama do Calvário, realizadas nas ruas da vila de Fazenda
Nova, Pernambuco, no período de 1951 a 1962, graças à iniciativa do patriarca
da família Mendonça, o comerciante e líder político local Epaminondas Mendonça.
Depois de ter lido em uma revista de variedades como os habitantes da cidade de
Oberammergau, na Baviera alemã, encenavam a Paixão de Cristo, Mendonça teve a
idéia de realizar um evento semelhante durante a Semana Santa a fim de atrair
turistas e, assim, movimentar o comércio do lugar. Os primeiros espetáculos da
pequena vila contavam com a participação apenas de familiares e amigos dos
Mendonça. Com o passar dos anos, as encenações começaram a atrair atores e
técnicos de teatro do Recife e a Paixão começou a ganhar fama e notoriedade em
todo o estado. Fazenda Nova, vila do município do Brejo da Madre de Deus, onde
aconteceram essas primeiras encenações, fica bem próxima ao local onde hoje se
situa a cidade teatro de Nova Jerusalém.
A idéia de
construir um teatro que fosse como que uma pequena réplica da cidade de
Jerusalém para que nela ocorressem as encenações da Paixão foi de Plínio
Pacheco que chegou a Fazenda Nova em 1956. Mas o plano só veio a se concretizar
em 1968, quando foi realizado o primeiro espetáculo na cidade teatro de Nova
Jerusalém. Desde então, já são 45 anos de apresentações ininterruptas dentro
das muralhas, atraindo espectadores de todo o Brasil e do mundo. O maior teatro
ao ar livre do mundo é uma cidade teatro com 100 mil metros quadrados, o que
equivale a um terço da área murada da Jerusalém original, onde Jesus viveu seus
últimos dias. É cercada por uma muralha de pedras de quatro metros de altura e
com 70 torres de sete metros cada uma. No seu interior, nove palcos-platéias
reproduzem cenários naturais, arruados e palácios além do Templo de Jerusalém,
constituindo obras monumentais, concebidas por vários arquitetos e cenógrafos
nordestinos e pelo gênio do seu fundador Plínio Pacheco.
Idealizador
Plínio Pacheco
Gaúcho de Santa Maria, Plínio
Pacheco tinha formação em comunicação pela Força Aérea Brasileira (FAB), mas
gostava de dizer que era jornalista autodidata. Chegou à Fazenda Nova em 1956,
a convite do então diretor e ator Luiz Mendonça, que na época, interpretava o
papel de Jesus no espetáculo da Paixão de Cristo. A peça era representada nas
ruas da pequena vila, distrito do município de Brejo da Madre de Deus, com a
participação de camponeses, de pequenos comerciantes locais e também de alguns
atores e técnicos que atuavam nos teatros de Recife.
Plínio conheceu Diva Mendonça,
filha mais nova de Epaminondas Mendonça, criador do espetáculo nas ruas da
vila. Plínio e Diva casaram-se, e com o tempo, foram se envolvendo cada vez
mais com a produção e coordenação da encenação da Paixão de Cristo.
Em 1962, Plínio Pacheco teve uma
idéia. Na verdade, um grande sonho, um sonho de pedra. Plínio vislumbrou a
construção de uma réplica de Jerusalém em pleno coração do agreste pernambucano.
O lugar, assim como a antiga Judéia, possuía muitas rochas, vegetação rasteira,
clima semi-árido e o espaço de terra escolhido para se levantar a cidade-teatro
era emoldurado por montanhas.Em 1963, os cenários começaram a
ser erguidos num espaço de 100 mil metros quadrados, equivalente a 1/3 da área
murada da Jerusalém da época de Jesus. Plínio Pacheco não só idealizou e
construiu a obra em pedra e concreto, mas, também, uma obra literária.
Em 1967, escreveu o texto da peça
teatral “Jesus” que seria encenado pela primeira vez em 1968 em Nova Jerusalém
já com seus palácios e muralhas iniciados. 45 anos depois, a cidade-teatro, que
a cada ano ganha novas intervenções para melhorar as condições de encenação do
espetáculo e o conforto do público, já recebeu mais de 2,5 milhões de pessoas,
vindas dos quatro cantos da terra para assistir ao mega-espetáculo da Paixão de
Cristo.
“A vida colocou-me diante da
pedra e da figura de granito que é o homem nordestino. Aquele era meu povo,
cantando num cenário de sol. Criar a cidade-teatro. Uma cidade de sete portas e
setenta torres. Unir fragmentos dispersos da personalidade humana, transformar
homens mutilados em seres humanos completos. A força maior levando aos
quadrantes da terra a notícia desta epopéia em granito. A construção da Nova
Jerusalém. …Erguida com 80% de recursos próprios, é uma sociedade privada, sem
fins lucrativos. É claro que reconheço e todos sabem que tenho como princípio,
que ninguém constrói nada sozinho. Diante disto, tenho a obrigação moral de tornar
pública a gratidão da Nova Jerusalém e da Sociedade Teatral de Fazenda Nova
(STFN) a todos que aqui colocaram pedras, reais ou simbólicas. Mas, nós devemos
ter a humildade e reconhecer que essas pedras, pertencem ao patrimônio cultural
e artístico do País. Nova Jerusalém é patrimônio do povo. E cidadão nenhum tem
o direito de reivindicar gratidão do seu País, porque é obrigação, particular e
pública, de cada cidadão ampliar e multiplicar o patrimônio que recebeu dos
seus antepassados.”
Brejo da Madre de
Deus
Sob o lindo céu do agreste
pernambucano segue uma estrada contínua de vegetação e inúmeras serras.
Casarões e casinhas de taipa e barro vão se confundindo com a paisagem. Assim é
o caminho ao centro de Brejo da Madre de Deus. Localizada a 202 km do Recife,
duas origens distintas explicam a escolha do nome. “Brejo” em virtude de um
acidente geográfico, pois está situado em meio a um vale formado pelas serras
da Prata, Estrago e Ponto. E “Madre de Deus” devido ao nome dado ao hospício
fundado pelos padres da Congregação de São Felipe Nery, às margens do riacho
Madre de Deus.
Com uma área de 762 km² de
história, beleza e cultura, a cidade encanta cada vez mais turistas do Brasil e
do mundo. E em se tratando de turismo destacam-se como grandes atividades
econômicas a confecção, o comércio e os serviços associados aos centros
urbanos, além da pecuária e da agricultura. O clima semi-árido, com temperatura
média em torno de 25ºC, favorece o cultivo de hortaliças e frutas. Porém a
maior admiração dos visitantes está no artesanato local.
Mas quem vai a Brejo também
encontra religiosidade. Conhecida como maior atrativo de Fazenda Nova, a
cidade-teatro de Nova Jerusalém impressiona pela arquitetura. A construção é
uma réplica da Judéia sagrada, com lagos artificiais, nove palcos, uma muralha
de 3.500 m e 70 torres. Há mais de quatro décadas, durante a Semana Santa, é
realizado o espetáculo da Paixão de Cristo. O sentimento religioso se estende
as Igrejas, Capela, Catedrais e festas como a de São José, padroeiro da cidade
e os festejos de Sant’ana.
A formação rochosa, o chão árido
e o clima frio fizeram de Brejo da Madre de Deus o cenário ideal para a
realização de diversos filmes. Com destaque para: A vingança dos 12; Terra sem
Deus; A Noite do espantalho; a primeira versão de A Compadecida e Riacho do
sangue. Todos realizados com a produção executiva da Sociedade Teatral de
Fazenda Nova (STFN). Além de servir como paisagem para a gravação do
vídeo-clipe da famosa música Leão do Norte do cantor e compositor pernambucano
Lenine.
As matas nativas e o relevo
acidentado fazem do município um ambiente propício à prática do turismo
ecológico. Dentre as belezas naturais encontram-se: a Pedra do Cachorro, as
serras da Prata, Estrago e Ponto, a Mata do Bituri e o Sítio Arqueológico do
Estrago. Porém um lugar imperdível de se conhecer é o Parque das Esculturas
Monumentais Nilo Coelho, com gigantescas figuras em granito, esculpidas por
artesões locais. A cidade possui ainda um importante patrimônio arquitetônico
com casarios e edificações seculares, todos muito bem conservados. Destacam-se
também o Museu Histórico e Arqueológico e antiga Casa da Câmara e Cadeia,
planejada pelo arquiteto francês Louis Léger Vauthier.
Elenco 2013
José
Barbosa – Jesus
Luciana
Lyra – Maria
Carol
Castro – Maria Madalena
Carlos
Casagrande – Pilatos
Marcos
Pasquim – Herodes
Ricardo
Mourão – Caifás
Júlio
Rocha – Judas
Lúcio
Lombardi e Carlos Reis – Diretores
Maiores informações visitem o site: www.novajerusalem2013.com.br
Textos e fotos do site.