quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Dia 09 de Agosto de 2013 - Parte I

Na ordem em que nós aprendemos no Workshop.

Elemento Fogo: Exu.


Exu, estatua na Praça dos Orixás, em Brasílis, Brasil
Exu é um orixá africano, também conhecido como: Esu, Eshu, Bara, Ibarabo, Legbá, Elegbara, Eleggua, Akésan, Igèlù, Yangí, Ònan, Lállú, Tiriri, Ijèlú. Algumas cidades onde se cultua o Exu são: Ondo, Ilesa, Ijebu, Abeokuta, Ekiti, Lagos.

História

Exu é o orixá da comunicação. é o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èşù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que a função de mensageiro entre o Orum e o Aiye, o mundo material e o mundo espiritual, seja plenamente realizada.
Na África na época das colonizações, o Exu foi sincretizado erroneamente como o diabo cristão pelos colonizadores, devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e a forma como é representado no culto africano.
Por ser provocador, indecente,, astucioso e sensual, é comumente confundido co a figura de satanás, o que é um equívoco de acordo com a construção teológica yorubá, posto que não está em oposição a Deus, muito menos é considerado uma personificação do mal. Mesmo porque nesta religião nao existe diabos ou entidades encarregadas única e exclusivamente de coisas ruins como fazem as religiões cristãs. Estas pregam que tudo o que acontece de errado é culpa de um único ser que foi expulso; pelo contrário, na mitologia yorubá, bem como no candomblé, cada uma das entidades (Orixás) tem sua porção positiva e negativa assim como o próprio ser humano.
De caráter irascível, ele se satisfaz em provocar disputas e calamidades àquelas pessoas que estão em falta com ele.
No entanto, como tudo no universo possui de um modo geral dois lados, positivos e negativos, Exu também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser Exu considerado o mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes.


Conta-se na Nigéria que Exu teria sido um dos companheiros de Oduduà quando da sua chegada a Ifé e chamando-se Èsù Obasin. Mais tarde, tornou-se um dos assistentes de Orunmilá e ainda Rei de Ketu, sob o nome de Èsù Alákétú.
A palavra elegbara significa “aquele que é possuidor do poder (agbará)” e está ligado à figura de Exu.
Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é denominado Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa “chefe de uma missão”. Pois este cargo tem como objetivo supervisionar as atividades do mercado do rei.
Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe oferecem.
Os yorubás cultuam Exu em um pedaço de pedra porosa chamada Yangi, ou fazem um montículo grotescamente modelado na forma humana com olhos, nariz e boca feita de búzios. Ou ainda representam Exu em uma estatueta enfeitada com fileiras de búzios tendo em suas mãos pequenas cabeças onde ele, Exu, carrega diversos pós de elementais da terra usados de forma be, precisa em seus trabalhos.
Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendido e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que: “Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa silples peneira sem que este óleo se derrame”.
E assim é Exu, o orixá que faz o erro virar acerto e o acerto virar erro.
Èsù Alákétú possui essa denominação quando Exu, por meio de uma artimanha, consegue ser o rei da região, tornando-se um dos reis de Ketu. Sendo que as comunidades dessa nação no Brasil o reverenciam também com este nome.
Todos os assentamentos de Exu possuem elementos ligados ás suas atividades. Atividades múltiplas que o fazem estar em todos os lugares: a terra, pó, a poeira vinda dos lugares onde ele atuará. Ali estão depositados como elementos de forma diante dos pedidos.

Brasil
No Brasil, no candomblé, Exu é um doa mais importantes Orixás e sempre é o primeiro a receber as oferendas, as cantigas, as rezas é saudado antes de todos os orixás, antes de qualquer cerimônia ou evento. O Exu Orixá não incorpora em ninguém para dar consultas como fazem os Exus de Umbanda, eles são assentados na entrada da casa de candomblé como guardiões, e em toda casa de candomblé tem um quarto para Exu, sempre separado dos outros orixás, onde ficam todos os assentamentos dos exus da casa e dos filhos de santo que tenham exu assentado.
É astucioso, vaidoso, culto e dono de grande sabedoria, grande conhecedor da natureza humana e dos assuntos mundanos daí a assimilação com o diabo pelos primeiros missionários que, assustados, dele fizeram o símbolo da maldade e do ódio. Porém “...nem completamente mau, nem completamente bom...”, na visão de Pierre verger no texto de sua autoria “Iniciação” – contudo no documentário “Inconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia”, Exu reage favoravelmente quando tratado convenientemente, identificando no jogo do merindilogun pelo odu okaran.

Exu recebe diversos nomes, de acordo com a função que exerce ou com suas qualidades: Elegbá ou Elegbará, Bará ou Ibará, Alaketu, Agbô, Odara, Akessan, Lalu, Ijelu (aquele que rege o nascimento e o crescimento de tudo o que existe), Ibarabo, Yangi, Baraketu (guardião das portas), Lonan (guardião dos caminhos), Iná (reverenciado na cerimônia do padê).
A segunda-feira é o dia da semana consagrado a Exu. Suas cores são o vermelho e o preto; seu símbolo é o ogó (bastão com cabaças que representa o falo); suas contas e cores são o preto e o vermelho; as oferendas são bodes e galos, preto de preferência, e aguardente, acompanhado de comidas feitas no azeite de dendê. Aconselha-se nuca lhe oferecer certo tipo de azeite, o Adí, por ser extraído do coração e não da polpa do dendê e portar a violência e a cólera. Sua saudação é “Larôye!” que significa o bem falante e comunicador.
Consiste o padê em um prato de farofa amarela, acaçá, azeite de dendê e uma quartinha de água ou cachaça, que são “arriados” para Exu.
Na nação de Angola ou candomblé de Angola Exu recebe o nome de Alivaiá, Pambu Njila e Legbá, no Candomblé Jeje.
Não deve ser confundido com a entidade Exu de Umbanda. Os exus de umbanda são entidades de pessoas desencarnadas que, por motivos de evolução espiritual, retornam à terra para cumprir essa misão junto ao seus seguidores. Essas entidades são confundidas com Esu ou Exu do Candomblé devido à proximidade que Exu tem com os homens. Entretanto, não são considerados orixás como o Exu, e sim quiumbas – conhecedores das vontades de homens e mulheres no plano terrestre, tendo vindo em épocas diferentes, porém com os mesmos problemas, desejos e sonhos.

Cuba
Em Cuba é chamado de Elegua ou Elegguá ou Eleggua.
É uma das deidades da região yorùbá. Na Santeria é sincretizado com o Santo Niño de Atocha ou como Santo Antônio de Pádua. É o porteiro de todos os caminhos, da montanha e da savana, é o primeiro dos quatro guerreiros junto a Oggum, Osun e Oshosi.
Tem 201 caminhos e suas cores são o vermelho eo preto e seus números são 3 e 7. É o comunicador e Ifá lhe deu quatro búzios para falar com ele. Ele está presente no inicio da vida, e na hora da morte.

Haiti
No Vodou haitiano é chamado de Papa Legba e Legbá Petró, Maitre Carrefour (dono da encruzilhada).
É o intermediario entre o loa a à humanidade. Ele está em uma encruzilhada espiritual e dá (ou nega) permissão para falar com os espíritos de Guinee, e acredita-se que fale todos os idiomas humanos. Ele é sempre o primeiro e o último espírito invocado em qualquer cerimônia.
Na Republica Dominicana é cultuado como Vodun Legda, e em Trinidad e Tobago como Eshu.

Arquétipos
Seus filhos são sensuais, dominadores e inteligentes. Gostam da vida cercada de barulho, muitas pessoas e romances de todo tipo. Adoram festas e não se prendem a ninguém, são muito impulsivos. Mas se amam alguém, dão sua vida se for preciso, sem pensar em nada. Gostam de ajudar e trabalhar, mas podem se tornar vingativos e extremamente cruéis.

Alguns filhos de Exu
Almir Sater – Cantor
Claudia Jimenez – Atriz
Diogo Vilele – Ator
Fabio Jr. – Cantor
Fernando Meirelles – Diretos de cinema
Herson Capri – Ator
Lázaro Ramos – Ator
Luís Melo – Ator
Luiz Felipe Scolari – Técnico de futebol
Marieta Severo – Atriz
Mauricio de Sousa – Cartunista
Milton nascimento – Cantor
Paulinho da Viola – Cantor
Pelé – Ex-jogador de futebol
Reynaldo Gianecchini – Ator
Rosamaria Murtinho – Atriz
William Bonemer Jr. – Jornalista
Ziraldo – Cartunista

Nenhum comentário:

Postar um comentário