domingo, 25 de agosto de 2013

Dia 16 de Agosto de 2013 - Parte I

Elemento Fogo: Xangô.

Acentos de Xangô o Obacandomblé
Xangô, Shango ou Sango, é Orixá, de origem yorubá. Seu mito conta que foi Rei da cidade de Oyo, identificado no jogo do merindilogun pelos odu obará, ejilaxebora e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba xango.
Pierre Verger dá como resultado de suas pesquisas que: Shango ou Xangô, como todos os outros imole (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.

África
Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro aláàfìn Òyó, “Rei de Oyo”, filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapas, aquele que bavia firmado uma aliança com Oranian.
Xangô, no seu aspecto divino, permenece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yemanjá como mãe e três divindades como esposa: Oyá, Oxum e Obá.
Xangô orixá dos raios, trovoes, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de Xangô. Xangô é o Orixá de Poder, ele é a representação máxima do poder de Olorum.
Sacerdote de Santo – Magba
Sacerdote de Santo – Iya Magbá
Atabaque de santo – Ilu bata
Toque favorito – Alujá
Fruto favorito – Orogbo
Bichos – Akunko, Agutan, Ajapá
Comida – Amalá
Foi ele quem criou o culto de Egungunm sendo ele o único Orixá que exerce poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve falar noa Egbós de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblé, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.

Itan
Xangô criados de Culto a Egungun
Xangô é o fundador do culto aos Eguns, somente ele tem o poder de controlá-los, como diz um trecho de um Itã:
“Em um dia muito importante, em que os homens estavam prestando culto aos ancestrais, com Xangô a frente, as Iyámi Ajé fizeram roupas iguais as de Egungun, vestiram-na e tentaram assustar os homens que participavam do culto, todos correram mas Xangô não o fez, ficou e as enfrentou desafiando os supostos estíritos. As Iyámis ficaram furiosas com Xangô e juraram vingança, em um certo momento em que Xangô estava distraído atendendo seus súditos, sua filha brincava alegremente, subiu em um pé de Obi, e foi ai que as Iyámis Ajé atacaram, derrubaram a Adubaiyani filha de Xangô que ele mais adorava. Xangô ficou desesperado, não conseguia mais governar seu reino que até então era muito próspero, foi até Orunmilá, que lhe disse que Iyami é quem havia matado sua filha, Xangô quis saber o que poderia fazer para ver sua filha só mais uma vez, e Orunmilá lhe disse para fazer oferendas ao Orixá Iku (Oniborun), o guardião da entrada do mundo dos mortos, assim Xangô fez, seguindo a risca os preceitos de Orunmilá.
Xangô conseguiu rever sua filha e pegou para si o controle absoluto dos mistérios de Egungun (ancestrais), estando agora sob domínio dos homens este culto e as vestimentas dos Eguns, e se tornando estritamente proibida a participação de mulheres neste culto, caso essa regra seja desrespeitada provocará a ira de Olorun, Xangô, Iku e dos próprios Eguns, este foi o preço que as mulheres tiveram que pagar pela maldade de suas ancestrais”.


Brasil
Xangô foi o quarto rei lendário e Oyo (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são o fogo, o Sol, os raios, as tempestades e os trovões. Filhos de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes. Xangô é o Orixá do Poder, ele é a representação máxima do poder de Olorun.
Enquanto Oxossi é considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado rei de todo povo yorubá. Orixá do fogo, dos raios e das tempesdades, Xangô foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, muitos Orixás possuem relações com os Egunguns mas, ele PE o único Orixá que, verdadeiramente, exerce poder sobre os mortos, Egungun. Xangô é a roupa da morte, Axó Iku, por este motivo não deve faltar nos Egbós de Ikù e Egun, o vermelho lhe pertence.
Ao se manifestar não Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.
Xangô era forte, valente, destemido e justo. Era temido e, ao mesmo tempo adorado. Comportou-se em algumas vezes como tirano, devido a sua ânsia de poder chegando até mesmo a destronar seu próprio irmão, para satisfazer seu desejo.
Filho de Yamasse (Torosi) e de Oraniâ, foi o regente mais poderoso do povo yorubá. ele também tem uma ligação muito forte com as árvores e a natureza, vindo daí os objetos que ele mais apresenta, o pilão e a gamela; o pilão de Xangô deve ter duas bocas, que representa a livre passagem entre os mundos, sendo Xangô um ancestral (Egungun). Da natureza, ele consegue profundos conhecimentos e poderes de feitiçaria, que somente eram usados quando necessário. Tem também uma fote ligação com Oxumaré, considerado por ele como fiel escudeiro.
Xangô é cultuado no Brasil, sob 12 (doze) qualidades. Vale salientar, que muitos seguem cegamente as ditas qualidades de Xangô da Bahia, e não é bem assim, por exemplo, Airá é outro Orixá que não se dá com Xangô. Reza a lenda que Airá era muito próximo de Xangô, e quando Oxalufã, em visita ao reino de Xangô, foi erroneamente confundido com um ladrão, teve suas pernas quebradas e foi preso. Uma vez Xangô percebendo o engano, mandou que o tirassem da prisão, o limpassem e dessem a ele vestimentas condizentes com a grandiosidade de Oxalufã, porém Oxalufã estava viajando e teria ainda outros lugares para ir. Por ser muito velho e agora com as pernas tendo sido quebradas, a locomoção havia sido afetada, fazendo que Oxalufã andasse curvo e muito vagarosamente. Xangô então mandou que Airá levasse Oxalufã nas costas até a próxima cidade. Airá, percebendo ali sua grande oportunidade, durante o caminho se voltou contra Xangô, falando a Oxalufã que Xangô sabia que ele estava preso, acabando por ganhar a confiança de Oxalufã, que o tomou para si; razão pela qual Airá usa branco, mas nao é um fum-fum. Xangô que não suporta traição se irritou com a atitude de Airá cortando relações com ele, desde então eles jamais devem ser cultuados juntos ou mantidos na mesma casa.


As qualidades de Xangô
As qualidades de Xangô são estas:
Afonjá - Afonjá, o Balé (Governante) da cidade de Ilorin. Afonjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder de exército de império. Segundo a história de Oió, no início do século dezenove, Oió era governada pelo rei Aolé, ele possuia aliados que eram espécies de Generais, que lhe davam todo o tipo de apoio mantendo assim o poder absoluto sobre o Reino Iorubá e os reinos anexados. Mas um dia um desses generais resolveu se rebelar contra Oió e se unir com os inimigos, esse general se chamava Afonjá que era conhecido como Kakanfo de Ilorin. Declarou-se independente de Oió. Com isso o Rei de oió Aolé se envenenou para não ver o desmembramento do Império. Afonjá traíu o Império Iorubá, mas quando os rebeldes assumiram o poder afonjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que se um homem tríu seu rei ele voltaria a trair tantos outros.
Obá Kosso - Titulo que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kossô nos arredores de Oió, tornando-se seu Rei. Titulo dado também a Aganju, irmão gêmio de Xangô quando de sua chagada em Oió foi aclamado como rei Não se Enforcou, Obá Kô Sô.
Obá lubê - Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser traduzido como Senhor Abastado.
Obá Irù ou Barù - Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o culto de Egungun, é aclamado como a forma humana de Deus primordial Jakutá sobre a terra, senhor dos raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destroir a capital do Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se suicida, adentrando na terra.
Obá Ajakà - Também intitulado Bayaniym "O pai me escolheu", que faz referencia a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
Obá Aganjù - Aganju representa tudo que é explosivo, que nao tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.
Obá Orungã - Filho de Aganju Solá e Iemanjá, Orungan é dono da atmosfera é o ar que respiramos, dono da camada que protege a Terra.
Obá Ogodô - Muito falado também, é apenas o que se diz sobre Xangô, pois Ogodô é o verbo bocejar. Então, quando esta trovejando, oq eu se diz é que Xangô está bocejando. Dai Xangô Ogodô, é apenas um título de Xangô.
Jukutà ou Djakutà - Jakutá, é a representação de justiça e da ira de Olorun, míticamente Xangô foi iniciado para este Orixá sendo considerado como a forma divina primordial do mesmo. Ele foi enviado em sua forma divina por Olorun para estabelecer a ordem e submeter Oduduá e Oxalá aos planos da criação durante um momento de conflito entre as divindades. É o próprio Xangô.
Obá Arainã - Oroinã e Oraniã - Personificação do fogo, o magma do centro da terra é o pai de Xangô e de Aganju em forma humana.
Olookê - Orixá dono das montanhas, em algumas lendas é um dos filhos de Oraniã, foi casado com Yemanjá.

Elementos do culto
Saudação:  Kawó-Kabiesilé Saudação é a forma com que os Orixás são reverenciados;
Cores: Vermelho e Branco ou Vermelho e Marrom ou Marrom e Preto ou Marrom e Branco ou somente Marrom ou Vermelho. as cores representam os Orixás, e podem variar segundo a linha religiosa;
Dia da Semana: Quarta-feira;
Elementos: Fogo, Vulcões, Tempestades, Sol, Trovões, Terremotos, Raios, criador do Culto de Egungun, senhor dos mortos, desertos e formações rochosas;
Elemento Livro: Os livros representam Xangô porque este orixá está ligado as questões da razão, do conhecimento e do intelecto. Bem como a Justiça e o Direito;
Ferramente: Oxê, machado duplo de dois cortes laterais feito e esculpido em madeira ou metal;
Pedra: Meteorito;
Domínios: Justiça, Poder Estatal, Questões Jurídicas, Pedreiras;
Oferendas: amalá, cágado, carneiro, e algumas vezes cabrito. Gosta de Orobô, mas recusa Obi (noz de cola), ao contrario dos demais Orixás;
Dança: Alujá, a roda de Xangô. São vários toques que falam de suas conquistas, seus feitos, suas mulheres e seu poder e domínio como Orixá;
Animais associados a Xangô: Tartaruga, Falcão, Águia, Carneiro e Leão.


Cuba

Changó (em português, Xangô) é uma das deidades da religião yorubá. Na Santeria sincretiza com Santo António.

Resumo
Changó é um dos mais populares Orishas do panteão Yorubá. É considerado Orisha dos trovões, dos raios, da justiça, da virilidade, da dança e do fogo. Foi em seu tempo um rei tirano, guerreiro e bruxo, quem por equívoco destruiu sua casa e a sua esposa e filhos e logo se converteu em Orisha.
Orisha da justiça, da dança, da força viril, dos trovões, dos raios e do fogo, dono dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés, da festa e da música; representa a necessidade e a alegria de viver, a intensidade da vida, a beleza masculina, a paixão, a inteligência e as riquezas.

O Orisha
Changó é chamado Yakutá (o lançador de pedra) e Obakosso (rei de Kosso). Foi o quarto Rey de Oyo e também o primeiro awó, trocou o ashe (axé) da adivinhação com Orunmila pelo da dança, é dono também dos tambores Batá, Wemileres, Ilú Batá o Bembés.

Família
Foi esposo de Obbá, Oyá y Oshún. Foi filho de Obbatala e Aggayu Solá, mas em outros caminhos se registra como de Obbatalá Ibaíbo e Yembó ou de Obbatalá e Oddua, mas em todos os caminhos considera-se criado por Yemanya e Dadá. Irmão do último, Oggun, Osun, Eleggua e Oshosi.

Oferendas
As oferendas a Changó incluem amalá, feito a base de farinha e milho, leite e quimbombó (quiabo), banana verde, banana indio, otí (água ardente), vinho tinto, milho tostado, cevada, alpiste, etc. Imola-se carneiro, galos codornas, tartarugas, galinha de guiné, pombas, etc.

Pataki (Itan) de Changó
Furioso com os seus descendentes ao saber que Oggún havia querido ter relações com sua própria mãe, Obatalá ordenou executar a todos os varões. Quando nasceu Changó, Elegguá (seu irmão) levou-o escondido para sua irmã mais velha, Dadá, para que o criasse. Em pouco tempo nasceu Orula, o outro irmão, Elegguá, também temeroso da ira de Obatalá, o enterrou ao pé de uma árvore e lhe levava comida todos os dias. O tempo passou e um belo dia Obatalá caiu enfermo. Elegguá buscou rápido a Changó para que o curasse. Logo que o grande médico Changó curou seu pai, Elegguá aproveitou a ocasião para implorar de Obatalá o perdão de Orula. Obatalá cedeu e concedeu o perdão. Changó cheio de alegria cortou a árvore e dela entalhou um belo tabuleiro e junto com ele, deu a seu irmão Orunmila o dom da adivinhação. Desde então Orunmila diz: "Maferefum (benção) Elegguá, maferefum Changó, Elegbara". Também pela mesma razão a ékuele (moeda usada na Guiné Equatorial) de Orunmila leva na soldadura um fragmento do colas de Changó (branco e vermelho) por uma ponta. Desde então Orunmila é o adivinhador do futuro como interprete do oráculo de Ifá, dono do tabuleiro e conselheiro dos homens.

Curiosidade

Xangô é citado no livro "O Xangô de Baker Street" de Jô Soares. Na história Xangô vem a ser pai do famoso detetive inglês Sherlock Holmes.
"...Ao entrar na rua da Saúde, Holmes e Watson já escutavam ao longe o bater dos atabaques, anunciando a festa... ...Mukumbe estacou os cavalos à entrada do ilê. Os três atravessaram o terreiro onde os iniciados, saídos da camarinha, dançavam envergando os ricos paramentos de Xangô, Ogum, Iansã, Nanã, Iemanjá, Oxum, Oxóssi e Oxumaré... ... - Tu és filho de Xangô. - Pegou um guia colorica de contas marrons e brancas, e passou-a no pescoço de Holmes: - É para usar sempre essa guia, meu filho. Nunca te esqueças: Xangô é teu pai. Xangô é teu protetor..."
O Xangô de Baker Street, Jô Soares, Capitulo 20

Filhos de Xangô
Bath Faria - Atriz
Cauã Reymond - Ator
Dinho Ouro Preto - Cantor
Fausto Silva - Apresentador
Felipe Massa - Piloto de Formula 1
Herbert Vianna - Cantor
Kaká - Jogador de futebol
Lucélia Santos - Atriz
Lulu Santos - Cantor
Mariana Ximenes - Atriz
Raí - Ex-jogador de futebol
Rodrigo Hilbert - Ator
Roberto Justus - Empresário
Tiririca - Deputado

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