terça-feira, 18 de outubro de 2011

GÊNEROS - Comédia(s)

A comédia é o uso de humor nas artes cênicas. Uma comédia é uma peça humorística na qual os atores dominam a ação. A comédia pura é o mais raro de todos os tipos de drama. Na comédia a ação precisa não somente ser possível e plausível, mas precisa ser um resultado necessário da natureza do personagem. De forma geral, “comédia” é o que é engraçado, o que faz rir.

Comédia Atelana: No antigo teatro romano, peça no gênero da farsa, curta, caracterizada pelas sátiras político-sociais da antiga cidade de Atela, e na qual os atores eram mascarados e personificavam tipos fixos.

Comédia De Caráter: Aquela que a ação se define pelas atitudes peculiares as diferentes personagens.

Comédia De Costumes: Reflete os usos e costumes, idéias e sentimentos de determinada sociedade, classe ou profissão. Martins Pena foi o grande percussor da comédia de costumes.

Comédia Dell’Arte: Floresceu na Europa durante o século XVII e sua ação de gestos estereotipados é sempre improvisada, embora os enredos e os personagens sejam fixos; alguns deles usavam máscaras, e permanecem até hoje como tipos característicos de carnaval.


A Commedia Dell’Arte tornou regra no elenco a presença da atriz, afastada em muitas épocas do palco, por ancestral preconceito.
Os atores usavam máscaras devolvendo essa comédia aos rituais religiosos, com a despersonalização do indivíduo, para que ele participe dos mistérios sagrados e se preocupavam com a preparação corporal acrobático-coreográfica, vocal e mímica. Os roteiros eram muito ricos, apresentavam sempre um grande número de personagens, mas os tipos eram fixos e representados pelos mesmos atores.

Havia o célebre personagem Arlechino e também Colombina, Pantaleone, Brighela, Dottore, Capitano, etc...

Comédia Moral: Comédia de costumes que encerra princípios éticos.

Comédia é um drama jocoso e satírico.

No surgimento do teatro, na Grécia, a arte era representada, por duas máscaras: a máscara da tragédia e a máscara da comédia.

Aristóteles, em sua “Arte Poética”, para diferenciá-las, diz que enquanto a tragédia trata de “homens superiores” (heróis), a comédia fala sobre os “homens inferiores” (pessoas comuns da “polis”). O que pode ser comprovado pela divisão dos júris que analisavam espetáculos durante os antigos festivais de teatro gregos. Ser escolhido como jurado de tragédia era a comprovação de nobreza e de representatividade na sociedade. Já o júri da comédia era formado por cinco pessoas sorteadas da platéia.

A importância da comédia era a possibilidade democrática de sátira a todo tipo de idéia. Ninguém estava a salvo de ser alvo de críticas da comédia, governantes, nobres e nem mesmo os Deuses (como em “As Rãs” de Aristófanes).

Atualmente, não há grande distinção entre a importância artística da tragédia (conhecida também como “drama”) e da comédia. Mas é de conhecimento geral que para fazer rir é necessário um ritmo (“timing”) especial que não é dominado por todos.

É o gênero de teatro recitado em oposição ao teatro cantado em prosa ou em verso, caracteriza-se pela leveza do tema, quase sempre alegre e com final feliz, cuja finalidade principal é excitar o riso do espectador, seja pelo choque de situações entre os personagens, seja pela crítica de costumes, ou ainda pela representação dos defeitos do homem.

Uma das principais características da comédia é o engano. Freqüentemente, o cômico está baseado no fato de um personagem ser enganado ao longo de toda a peça.

A comédia grega é originária do Canto do “Kosmos” que eram cânticos rituais nas procissões em honra do Deus Dionísio, em que pessoas dançavam e cantavam pelos campos, embriagados pelo vinho, usando gestos obscenos e mímicas burlescas.

Na antiga comédia grega (458 a 404 a.C.) destaca-se Aristófanes, que além de grande comediógrafo foi um lutador pela causa da paz. Foi o criador da chamada comédia antiga que se trata de um gênero composto de paródia mitológica, sátiras políticas e pesadas críticas pessoais. Sua peça “A Paz” escrita no auge da Guerra do Peloponeso, uma luta fratricida que envolvia todos os povos da Grécia, mostra a sua preocupação com a concórdia entre os homens.

Aristófanes utilizava os quatro elementos do “Kosmos”:

- Entrada do cortejo dionisíaco (párodo);
- Seqüência de peripécias, da luta de palavrões primitiva (agon);
- Coro interpela e repreende o público (parábase);
- A saída geral, barulhenta e excitada (êxodo).

A comédia nova (340 a 260 a.C.) voltou-se para a vida privada, para a intimidade dos cidadãos, para o amor, os prazeres da vida e as intrigas sentimentais.

Só em 1958 foi descoberta a primeira peça completa da Comédia Nova: “O Misantropo” de Menandro, quem fazia análise de costumes e suas peças refletiam a época em que o teatro abandonou os mitos e os temas políticos.

Dos autores Filemon, Dífilos e Apolodoro só sobreviveram às versões latinas de Plauto e Terêncio, que foram imitadas em todos os teatros modernos.

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