sábado, 18 de maio de 2013

Monólogo “Meu Caro Amigo” é atração no Sesi


Atriz Kelzy Ecard na peça “Meu Caro Amigo”: a música como poderoso veículo para compartilhar boas lembranças

Com 21 canções de Chico Buarque no repertório, o monólogo musical carioca “Meu Caro Amigo”, dirigido por Joana Lebreiro, chega hoje a Rio Preto para três apresentações no Teatro do Sesi. O espetáculo será apresentado neste sábado, às 20 horas, e domingo, às 16 e às 19 horas. A entrada é gratuita, e os ingressos serão distribuídos 30 minutos antes da sessão.
 
A atriz Kelzy Ecard interpreta a personagem Norma, uma professora de história nascida em 1958 que nutre verdadeira devoção ao cantor e compositor Chico Buarque. A atriz esteve em Rio Preto ano passado, durante o Festival Internacional de Teatro (FIT), no elenco da peça “Breu”.
 
No palco, Norma faz uma espécie de homenagem ao ídolo, com uma declaração pública de amor a Chico numa espécie de show, no qual fala de sua vida associada à música do cantor. Ela fala de amor, das relações familiares, da sua participação política, a partir de 1966 até 1998. A partir dessas vivências e da relação de Noma com o cantor Chico Buarque, a peça busca promover pontos de identificação com a trajetória de cada espectador.
 
“É um espetáculo muito afetivo. Em todos os lugares por onde passamos as pessoas se identificam, porque o espetáculo fala da história dessa mulher - cheia de acontecimentos, de amor, derrotas, vitórias. Cada espectador resgata suas próprias memórias, e a música é um poderosíssimo veículo para compartilhá-las”, diz a atriz. “A maior parte do tempo falo em primeira pessoa, e boa parte do público acaba pensando que é a minha história pessoal”, continua Kelzy.
 
Idealizadora do espetáculo, a atriz se declara fã de Chico Buarque desde a adolescência, porém, não com a devoção da personagem. Norma vê seus estados de alma traduzidos com maestria pelo artista na forma de canção e poesia, chegando a imaginar que muitas foram especialmente compostas para ela. Entre suas memórias e história de vida, Norma também compartilha com o espectador a conflituosa relação com o pai conservador.
 
Na adolescência, nos anos de 1970, ela passa pelas primeiras descobertas amorosas e políticas. Os anos 1980 encontram uma mulher independente, que luta pela redemocratização do país. Enquanto isso, sua admiração pelo ídolo aumenta. A proposta é estabelecer um diálogo entre memória individual e memória coletiva nacional, fazendo um pequeno painel da história recente do país por meio da obra de Chico Buarque.
 
A peça estreou em 2009 e já viajou por todo o país. O texto é de Felipe Barenco, e a direção musical de Marcelo Alonso Neves. O cenário e figurinos são de Ney Madeira. A estrutura do espetáculo mescla dez canções ao vivo com dramatizações da vida da personagem. Na trilha, há também a execução de gravações originais de Chico.
 
“Não tenho histórico como cantora e quis privilegiar a questão da história e também cantar as músicas bem, e que tudo fizesse parte da narrativa. Isso exige preparação física, potência vocal e de fôlego, e muita concentração. Faço o espetáculo com muita identificação, e preciso estar muito disponível para poder contar a história dessa maneira.” Segundo ela, as reações do público vão do riso ao choro. “As pessoas se emocionam, principalmente quando falo da família, pai e mãe, e do amor.”
 
Serviço:
Meu Caro Amigo, no Teatro do Sesi Rio Preto. Hoje, às 20 horas, e amanhã, às 16 e às 19 horas. Entrada gratuita. Informações pelo telefone: (17) 3224-6611
 
Matéria de: Graziela Delalibera

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