Atriz Kelzy Ecard na peça “Meu Caro
Amigo”: a música como poderoso veículo para compartilhar boas lembranças
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Com 21 canções de Chico Buarque no
repertório, o monólogo musical carioca “Meu Caro Amigo”, dirigido por Joana
Lebreiro, chega hoje a Rio Preto para três apresentações no Teatro do Sesi. O espetáculo será apresentado neste
sábado, às 20 horas, e domingo, às 16 e às 19 horas. A entrada é gratuita, e os
ingressos serão distribuídos 30 minutos antes da sessão.
A atriz Kelzy Ecard interpreta a
personagem Norma, uma professora de história nascida em 1958 que nutre
verdadeira devoção ao cantor e compositor Chico Buarque. A atriz esteve em Rio
Preto ano passado, durante o Festival Internacional de Teatro (FIT), no elenco
da peça “Breu”.
No palco, Norma faz uma espécie de
homenagem ao ídolo, com uma declaração pública de amor a Chico numa espécie de
show, no qual fala de sua vida associada à música do cantor. Ela fala de amor,
das relações familiares, da sua participação política, a partir de 1966 até
1998. A partir dessas vivências e da relação de Noma com o cantor Chico
Buarque, a peça busca promover pontos de identificação com a trajetória de cada
espectador.
“É um espetáculo muito afetivo. Em todos
os lugares por onde passamos as pessoas se identificam, porque o espetáculo
fala da história dessa mulher - cheia de acontecimentos, de amor, derrotas,
vitórias. Cada espectador resgata suas próprias memórias, e a música é um
poderosíssimo veículo para compartilhá-las”, diz a atriz. “A maior parte do
tempo falo em primeira pessoa, e boa parte do público acaba pensando que é a
minha história pessoal”, continua Kelzy.
Idealizadora do espetáculo, a atriz se
declara fã de Chico Buarque desde a adolescência, porém, não com a devoção da
personagem. Norma vê seus estados de alma traduzidos com maestria pelo artista
na forma de canção e poesia, chegando a imaginar que muitas foram especialmente
compostas para ela. Entre suas memórias e história de vida, Norma também
compartilha com o espectador a conflituosa relação com o pai conservador.
Na adolescência, nos anos de 1970, ela
passa pelas primeiras descobertas amorosas e políticas. Os anos 1980 encontram
uma mulher independente, que luta pela redemocratização do país. Enquanto isso,
sua admiração pelo ídolo aumenta. A proposta é estabelecer um diálogo entre
memória individual e memória coletiva nacional, fazendo um pequeno painel da
história recente do país por meio da obra de Chico Buarque.
A peça estreou em 2009 e já viajou por
todo o país. O texto é de Felipe Barenco, e a direção musical de Marcelo Alonso
Neves. O cenário e figurinos são de Ney Madeira. A estrutura do espetáculo
mescla dez canções ao vivo com dramatizações da vida da personagem. Na trilha,
há também a execução de gravações originais de Chico.
“Não tenho histórico como cantora e quis
privilegiar a questão da história e também cantar as músicas bem, e que tudo
fizesse parte da narrativa. Isso exige preparação física, potência vocal e de
fôlego, e muita concentração. Faço o espetáculo com muita identificação, e
preciso estar muito disponível para poder contar a história dessa maneira.”
Segundo ela, as reações do público vão do riso ao choro. “As pessoas se
emocionam, principalmente quando falo da família, pai e mãe, e do amor.”
Serviço:
Meu Caro Amigo, no Teatro do Sesi Rio Preto. Hoje, às 20 horas, e amanhã, às 16
e às 19 horas. Entrada gratuita. Informações pelo telefone: (17) 3224-6611
Matéria de: Graziela Delalibera
Fonte: www.diarioweb.com.br
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