quarta-feira, 20 de junho de 2012

Teatro Municipal Paulo Moura

Depois de três anos e meio de espera, o Teatro Municipal "Paulo Moura", na Swift, abre suas portas amanhã, às 19 horas. Com capacidade para 954 espectadores, a casa de espetáculos é a segunda maior do interior paulista, perdendo somente para o Teatro Polytheama, em Jundiaí, que comporta 1.216 pessoas.

Segundo o secretario de Comunicação Social, Deodoro Moreira, haverá um tributo singelo ao compositor, arranjador, saxofonista e clarinetista da cidade, morto há dois anos, que empresta seu nome ao espaço. Está programado um "pocket show" com o pianista Paulo Buchala, o clarinetista Dubail e o percussionista José Augusto Alves - talento local. Eles devem tocar músicas que marcaram a carreira de Moura, com citações a Heitor Villa-Lobos, Ary Barroso, Tom Jobim e Pixinguinha.

Alem disso, o Coral Paulista Ensemble e a banda da Polícia Militar executam os hinos nacionais e municipais. Familiares do homenageado, como a viúva Halina Grynberg, residente no Rio de Janeiro, também foram convidados para a solenidade, mas não confirmaram presença. Embora a obra ainda estivesse inacabada, o local foi improvisado em duas ocasiões no ano passado.

A Cia. do Latão apresentou a peça "Ópera dos Vivos", pelo Festival Internacional de Teatro (FIT), em Julho, e um grupo de alunos da faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp) realizou uma colação de grau, em Novembro. A inauguração oficial marca o fim de uma "novela burocrática" iniciada em Janeiro de 2009, com as obras de restauro e readequação do Complexo Swift e Educação e Cultura (Comsec), orçadas em R$ 7,5 milhoes. Na época, a principal aposta da Prefeitura era, justamente, a criação do teatro.

A 'novela'

O plano era que o prédio com as devidas mudanças, ficasse pronto até Abril de 2010. Porém, com a justificativa das chuvas e dos imprevistos que envolvem a reforma de uma contrução tombada como patrimônio histórico, o prazo foi prorrogado para Junho e Agosto daquele ano e, em seguida, para Março de 2011. Desde então, representantes do governo municipal passaram a se esquivar do compromisso de prazos.

Os principais entrave foram a instalação das poltronas e do sistema acústico, que prevê um revestimento sob o telhado e também nas paredes internas para garantir que o barulho do trem, que passa atrás, não atrapalhe o andamento das apresentações. Em 2010, o Diário Oficial da União publicou o extrato do convênio com o Ministério da Cultura, que previa a liberação de verba (R$ 500 mil, com contrapartida de R$ 150 mil) para a compra de 1.040 poltronas - incluindo aporte reserva, em caso de avarias.

A empresa vencedora da licitação, Móveis Trimach, de Rio Preto, tinha 60 dias para entregar o material. Os assentos, porém, só começaram a ser instalados na última semana de Janeiro de 2012. Moreira explica que a demora se deu por questões eleitorais. "foi o último ano do mandato de Lula e, quando a Dilma (Rousseff) assumiu, bloqueou o dinheiro. Só recebemos no fim do ano passado", justifica.


Já o projeto do forro passou por três alterações até chegar ao atual. Somente o último, da empresa Audio rassi, de Ribeirão Preto, foi aprovado em meados de 2011, sem licitação. Em entrevista ao Diario da Região, no início deste ano, Moreira disse acreditar que até Março a etapa estaria pronta. O aditivo, de R$ 400 mil, teria sido autorizado há cerca de 60 dias. Mas, até ontem, os trabalhos não haviam sido concluídos.

A reportagem apurou que cerca de 20 difusores, que absorvem frequência sonora e serão instalados nas laterais da plateia e ao lado do palco, haviam sido entregues somente no dia anterior, Por isso, até o meio-dia, todos ainda estavam embalados com plástico bolha e espalhados pelo local.

O teto também não tinha recebido acabamento. A meta era que tudo estivesse resolvido até hoje.

"Se faltar algum ajuste, será coisa pequena. Isso é normal", minimiza Moreira. Uma novidade é a criação de um estacionamento para o público. A Usina de Asfalto, da Secretaria Municipal de Serviços Gerais, deslocou uma equipe para asfaltar a parte frontal da Swift, nesta semana.

A cobertura da área corresponde a 3, 3 mil metros quadrados e custou em torno de R$ 36 mil. Até o fechamento desta edição, a Secretaria Municipal de Trânsito, Transporte e Segurança não havia feito a demarcação de vagas. Acredita-se que aproximadamente 300 veículos possam ser contemplados.

Espaço fechado e grande público

O Teatro da Swift começa a ser usado de fato no mês que vem, durante o Festival Internacional de Teatro (FIT), cumprindo um desejo antigo da Secretaria Municipal de Cultura e uma promessa feita no início deste ano pelo secretário de Comunicação Social, Deodoro Moreira. "O festival não pode disputar a atenção do público com inaugurações. Por isso, marcamos um pouco antes", diz ele.

Serão encenados ali pelo FIT "Orfeu Mestiço: Uma Hip-Hópera Brasileira", do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, "Ridiculos,Ainda e Sempre!", dos Parlapatões, e "Rádio Show", da Banda Mirim. Para os dois primeiros títulos, será distribuída uma cota de entrada gratuitas, que corresponde a 610 lugares. Os ingressos podem ser retirados na bilheteria do local.

Os outros 330 podem ser comprados com antecedência, a partir deste sábado, na central de atendimento de Sesc ou pelo site oficial (www.festivalriopreto.com.br). A regra não é válida para "Rádio Show" (infantil), com portaria gratúita. "A cobrança garante lugares ás pessoas que gostam de montar o cardápio e não podem chegar com antecedência. E a gratuidade é uma forma de incentivar a população a conhecer o teatro", diz Moreira.

Fonte: www.diarioweb.com.br - Daniela Fenti - Acessado em 20/06/2012

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